São Paulo, sábado, 14 de abril de 2007

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Casa Branca é acusada de destruir e-mails polêmicos

Para democratas, governo fez mensagens solicitadas em investigação sumirem

Caso envolve demissão de promotores federais e pode derrubar titular da Justiça; oposição vê ingerência do Executivo no Judiciário

RUPERT CORNWELL
DO "INDEPENDENT"

Alegações de que a Casa Branca estaria retendo, e pode ter destruído, e-mails comprometedores que o Congresso solicitou em sua investigação de supostos delitos pelo governo de George W. Bush abriram uma nova frente de disputa entre o governo republicano e legisladores democratas. O cerne desta vez é a demissão de oito promotores públicos federais em novembro, episódio caracterizado pelos democratas como exemplo gritante de interferência política da Casa Branca no Judiciário.
O caso já ameaça derrubar o secretário da Justiça, Alberto Gonzalez, acusado de fechar os olhos enquanto Karl Rove (principal conselheiro político de Bush) e outros funcionários da Casa Branca tramavam com seus colegas no Departamento da Justiça para remover os promotores.
A situação piorou ao surgirem provas de que Rove e alguns de seus colegas podem ter usado contas de e-mail do Partido Republicano, em vez do sistema da Casa Branca, para trocar mensagens sobre os promotores e outras questões controversas. Essas mensagens, suspeitam democratas, podem ter sido apagadas -o que permitiria contornar as regras que determinam que e-mails da Casa Branca e do governo sejam preservados.
Em resposta às acusações, a porta-voz da Casa Branca Dana Perino disse haver grande esforço para recuperar os e-mails desaparecidos. Mas isso não satisfez o senador Patrick Leahy, presidente do Comitê Judiciário, que acusou o governo de mentir. "Não se pode apagar e-mails hoje em dia", protestou Leahy. "As mensagens passam por servidores demais. Os e-mails continuam lá. O governo só não quer fornecê-los." Na próxima terça-feira, Gonzalez falará ao Comitê Judiciário do Senado sobre a demissão dos promotores. Bush mantém seu apoio ao colega com quem trabalha há muito tempo. Mas um desempenho menos que espetacular provavelmente forçará Gonzalez a renunciar -exigência feita não só pelos democratas mas também por muitos republicanos.


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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