São Paulo, terça-feira, 14 de abril de 2009

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Morales fecha acordo com rivais sobre lei eleitoral

Governo boliviano garante realização de eleições gerais no final deste ano

DE CARACAS

Após mais de 24 horas reunidos, governistas e oposicionistas anunciaram ontem um acordo sobre a nova Lei Eleitoral boliviana, necessária para a realização das eleições gerais de 6 de dezembro. O impasse havia levado o presidente Evo Morales a iniciar uma greve de fome na quinta-feira.
"Temos um documento de consenso que vamos defender no Congresso", anunciou, em entrevista coletiva, o senador oposicionista, Luis Vásquez (Podemos, direita). O acordo foi confirmado pelo presidente da Câmara, o governista Edmundo Novillo, filiado ao MAS (Movimento ao Socialismo).
No início da noite de ontem, o Congresso se reuniu para a segunda e última votação da lei, que regulamenta as mudanças eleitorais da nova Constituição, aprovada em referendo em janeiro. O encontro terminaria após a conclusão desta edição.
Movimentos sociais ligados a Morales convocaram imediatamente uma vigília diante do Congresso para pressionar a aprovação ainda ontem.
A principal divergência era a exigência da oposição para realizar um novo censo eleitoral, sob a alegação de que o atual está defasado e sujeito a fraude. Morales inicialmente acusou seus adversários de tentar adiar a eleição de dezembro, em que é favorito para um novo mandato de cinco anos. No sábado, porém, o presidente recuou, com a condição de que a realização do censo não mude a data da eleição. Assim, os dois lados voltaram a se reunir anteontem para chegar a um consenso.
Com o aparente fim do impasse, Morales deverá participar, a partir de quarta, das cúpulas da Alba (Alternativa Bolivariana para os Povos de Nossa América), na Venezuela, e das Américas, em Trinidad e Tobago, informou a Presidência. "Tudo dependerá da solução dos problemas políticos do país e obviamente de sua saúde", disse o porta-voz Ivan Canelas.
O quadro clínico de Morales foi classificado de "estável" pelo ministro da Saúde, Ramiro Tapia, encarregado de avaliar o presidente boliviano, que realiza a 18ª greve de fome de sua carreira política.
As eleições de 6 de dezembro renovarão todos os cargos eletivos do país. Entre os pontos controvertidos estavam a regulamentação dos voto no exterior e a definição do número de parlamentares representantes de etnias indígenas.


Com agências internacionais


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