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Morales fecha acordo com rivais sobre lei eleitoral
Governo boliviano garante realização de eleições gerais no final deste ano
DE CARACAS
Após mais de 24 horas reunidos, governistas e oposicionistas anunciaram ontem um
acordo sobre a nova Lei Eleitoral boliviana, necessária para a
realização das eleições gerais
de 6 de dezembro. O impasse
havia levado o presidente Evo
Morales a iniciar uma greve de
fome na quinta-feira.
"Temos um documento de
consenso que vamos defender
no Congresso", anunciou, em
entrevista coletiva, o senador
oposicionista, Luis Vásquez
(Podemos, direita). O acordo
foi confirmado pelo presidente
da Câmara, o governista Edmundo Novillo, filiado ao MAS
(Movimento ao Socialismo).
No início da noite de ontem,
o Congresso se reuniu para a
segunda e última votação da lei,
que regulamenta as mudanças
eleitorais da nova Constituição,
aprovada em referendo em janeiro. O encontro terminaria
após a conclusão desta edição.
Movimentos sociais ligados a
Morales convocaram imediatamente uma vigília diante do
Congresso para pressionar a
aprovação ainda ontem.
A principal divergência era a
exigência da oposição para realizar um novo censo eleitoral,
sob a alegação de que o atual está defasado e sujeito a fraude.
Morales inicialmente acusou
seus adversários de tentar adiar
a eleição de dezembro, em que
é favorito para um novo mandato de cinco anos. No sábado,
porém, o presidente recuou,
com a condição de que a realização do censo não mude a data
da eleição. Assim, os dois lados
voltaram a se reunir anteontem
para chegar a um consenso.
Com o aparente fim do impasse, Morales deverá participar, a partir de quarta, das cúpulas da Alba (Alternativa Bolivariana para os Povos de Nossa
América), na Venezuela, e das
Américas, em Trinidad e Tobago, informou a Presidência.
"Tudo dependerá da solução
dos problemas políticos do país
e obviamente de sua saúde",
disse o porta-voz Ivan Canelas.
O quadro clínico de Morales
foi classificado de "estável" pelo ministro da Saúde, Ramiro
Tapia, encarregado de avaliar o
presidente boliviano, que realiza a 18ª greve de fome de sua
carreira política.
As eleições de 6 de dezembro
renovarão todos os cargos eletivos do país. Entre os pontos
controvertidos estavam a regulamentação dos voto no exterior e a definição do número de
parlamentares representantes
de etnias indígenas.
Com agências internacionais
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