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SOMÁLIA
Após resgate militar dos EUA, piratas querem vingar colegas
DA ASSOCIATED PRESS
Temendo o cerco estrangeiro, piratas somalis prometeram revanche um dia
após o resgate de Richard
Phillips, capitão de um navio
mercante dos EUA, e da morte de três de seus captores.
"A partir de agora, se capturarmos navios, e seus países tentarem nos atacar, mataremos os reféns", disse ontem o pirata Jamac Habeb,
em Ely, bastião das milícias
marítimas na costa somali.
Ele afirmou que os EUA são
agora o "inimigo número 1".
Os EUA estão determinados a conter a pirataria em
águas da Somália, afirmou
ontem o presidente Barack
Obama, prometendo "continuar trabalhos com nossos
parceiros para prevenir futuros ataques".
Endossados pelo governo
provisório somali, pelos vizinhos africanos, e pelo Birô
Marítimo Internacional
(BMI), agência da ONU responsável pela segurança da
Marinha Mercante, os combates espalharam pânico entre parentes dos cerca de 200
tripulantes de navios ainda
sob poder de sequestradores.
Os resgates militares são
raros na Somália. As embarcações sequestradas têm seguro, e as companhias optam
por pagar pela devolução, regateada em longas negociações. O BMI e o governo somali, formado no início do
ano sob patrocínio da ONU,
criticam os pagamentos.
O golfo de Áden, trecho
mais crítico da costa somali,
é patrulhado por uma força-tarefa de 15 navios militares
estrangeiros.
Resolução do Conselho de
Segurança da ONU, aprovada em dezembro, autoriza
ofensivas por terra e ar contra os piratas na Somália,
sem Marinha nem governo
central efetivo desde 1991,
quando a ditadura pró-soviética de Siad Berré entrou em
colapso. A ONU interveio em
1992, mas deixou o país em
1995, sem restaurar a ordem.
Os EUA estudam agora o
que fazer com um adolescente capturado no resgate de
Phillips. Caso o rapaz, sem
documentos, seja considerado menor de idade, não poderá ser processado por um
tribunal federal americano.
A Somália não tem Judiciário operante e casos anteriores envolvendo piratas foram julgados no Quênia.
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