São Paulo, terça-feira, 14 de abril de 2009

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SOMÁLIA

Após resgate militar dos EUA, piratas querem vingar colegas

DA ASSOCIATED PRESS

Temendo o cerco estrangeiro, piratas somalis prometeram revanche um dia após o resgate de Richard Phillips, capitão de um navio mercante dos EUA, e da morte de três de seus captores.
"A partir de agora, se capturarmos navios, e seus países tentarem nos atacar, mataremos os reféns", disse ontem o pirata Jamac Habeb, em Ely, bastião das milícias marítimas na costa somali. Ele afirmou que os EUA são agora o "inimigo número 1".
Os EUA estão determinados a conter a pirataria em águas da Somália, afirmou ontem o presidente Barack Obama, prometendo "continuar trabalhos com nossos parceiros para prevenir futuros ataques".
Endossados pelo governo provisório somali, pelos vizinhos africanos, e pelo Birô Marítimo Internacional (BMI), agência da ONU responsável pela segurança da Marinha Mercante, os combates espalharam pânico entre parentes dos cerca de 200 tripulantes de navios ainda sob poder de sequestradores.
Os resgates militares são raros na Somália. As embarcações sequestradas têm seguro, e as companhias optam por pagar pela devolução, regateada em longas negociações. O BMI e o governo somali, formado no início do ano sob patrocínio da ONU, criticam os pagamentos.
O golfo de Áden, trecho mais crítico da costa somali, é patrulhado por uma força-tarefa de 15 navios militares estrangeiros.
Resolução do Conselho de Segurança da ONU, aprovada em dezembro, autoriza ofensivas por terra e ar contra os piratas na Somália, sem Marinha nem governo central efetivo desde 1991, quando a ditadura pró-soviética de Siad Berré entrou em colapso. A ONU interveio em 1992, mas deixou o país em 1995, sem restaurar a ordem.
Os EUA estudam agora o que fazer com um adolescente capturado no resgate de Phillips. Caso o rapaz, sem documentos, seja considerado menor de idade, não poderá ser processado por um tribunal federal americano.
A Somália não tem Judiciário operante e casos anteriores envolvendo piratas foram julgados no Quênia.


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