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Cúpula impõe prazo de 4 anos para plena proteção nuclear
Documento final reconhece terrorismo atômico como grave ameaça à segurança global
Próxima reunião do gênero será em 2012, na Coreia do Sul, o que sinaliza que será focada na Coreia do Norte, assim como esta foi no Irã
DA ENVIADA A WASHINGTON
DE WASHINGTON
No documento final da Cúpula de Segurança Nuclear, que
reuniu 47 países em Washington entre segunda e ontem, as
nações reconhecem o terrorismo nuclear como "uma das
ameaças mais desafiadoras à
segurança internacional" e se
comprometem a "proteger todo o material nuclear vulnerável em quatro anos".
Os convidados atendem, assim, aos apelos do presidente
americano, Barack Obama, para quem organizações terroristas como a Al Qaeda estão em
busca do desenvolvimento de
armas nucleares. Em discurso
em Praga em 2009, Obama pedira o esforço internacional para proteger todo o material nuclear vulnerável ate 2014.
No comunicado, os países
concordam que "fortes medidas de segurança nuclear são a
maneira mais eficaz de impedir
terroristas, criminosos ou outros atores não autorizados de
adquirir materiais nucleares".
As maiores preocupações dos
EUA são o urânio altamente
enriquecido e o plutônio.
Sobre os dois elementos, os
signatários reconhecem que
eles requerem "precauções especiais" e concordam em "promover medidas para proteger
esses materiais, conforme
apropriado, e encorajar a conversão de reatores que usam
urânio altamente enriquecido
para urânio de enriquecimento
baixo".
Maçã
Em discurso ontem, Obama
afirmou a seus pares que é o
momento de fazer "progresso
real para a segurança do nosso
povo", não apenas "falar, mas
agir". O presidente americano
afirmou ainda que "dezenas de
países têm materiais nucleares
que podem ser vendidos ou
roubados", e que uma arma feita com plutônio "do tamanho
de uma maçã" pode matar dezenas de milhares de pessoas.
"Redes terroristas como a Al
Qaeda já tentaram adquirir materiais para armamento nuclear", disse Obama. "E, se eles
um dia forem bem-sucedidos,
eles certamente o usariam. Se o
fizessem, seria uma catástrofe
para o mundo."
Também foi pactuado pelos
países que a próxima cúpula do
gênero acontecerá em 2012, na
Coreia do Sul, o que foi recebido como um sinal de que a próxima conferência será concentrada nos esforços contra o programa nuclear da Coreia do
Norte, da mesma forma como
esta foi focada no Irã.
Entre os anúncios que cada
país fez durante a conferência,
a Rússia decidiu fechar o seu último reator de plutônio; os
EUA e o Canadá disseram que
destinarão US$ 10 bilhões a
projetos de proteção de material nuclear pelo mundo; e Argentina e EUA assinaram acordo de cooperação para conter o
contrabando de materiais radioativos e nucleares.
Leia coluna de Clóvis Rossi
sobre a cúpula
www.folha.com.br/101011
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