São Paulo, quinta-feira, 14 de maio de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

México e crise são maiores desafios de sucessor, diz Shannon

De saída, diplomata americano número 1 para América Latina diz que houve avanços sob Bush

ANDREA MURTA
DE NOVA YORK

Um dia após o anúncio de sua saída do cargo, o atual secretário de Estado assistente dos EUA para o Hemisfério Ocidental, Thomas Shannon, projetou que os maiores desafios do governo Barack Obama na América Latina serão a luta antidrogas no México e na América Central e a crise econômica, sobretudo no Caribe.
A fala chega menos de um mês após a visita de Obama ao México, em esforço para interromper a deterioração recente nas relações entre os países.
O diálogo se complicou pela escalada na violência promovida pelos cartéis mexicanos de drogas, que começa a contaminar a fronteira sul dos EUA, e pela crise econômica.
"Os desafios apresentados pelo crime organizado e pelos cartéis de drogas são transnacionais", disse Shannon durante conferência em Washington. "Temos que reconhecer que a incumbência de combatê-los é compartilhada. O engajamento atual dos EUA é histórico."
Segundo Shannon, o governo George W. Bush (2001-2009) deixou para Obama um conceito para abordar essas questões na iniciativa Mérida, mas caberá à nova Casa Branca implementá-lo com sucesso.
Não será simples. A iniciativa -plano de combate às drogas no México e na América Central aprovado há três anos pelo Congresso dos EUA- teve poucos efeitos reais até agora.
A respeito da crise econômica, ele afirmou que a "grande preocupação é garantir que, enquanto tentamos manter os mercados do hemisfério abertos, seja possível reconstruir um entendimento sobre o que é comércio e como ele empurra o crescimento econômico".
Shannon defendeu a proteção às economias de América Central e Caribe, "as mais vulneráveis da região".
Ele disse ser preciso mostrar respeito pelas mudanças em Venezuela, Equador e Bolívia. Disse que já foram dados os primeiros passos para melhorar relações com Caracas.
Sobre a Bolívia, insistiu em que o "status quo" não funciona e que espera enviar em breve equipe ao país para discutir avanço nas relações bilaterais.
Shannon será substituído por Arturo Valenzuela, acadêmico da Universidade de Georgetown com passagem pelo governo Bill Clinton (1993-2001).
A secretária de Estado, Hillary Clinton, também esteve presente na conferência. Lá, confirmou que irá a El Salvador em 1º de junho e depois à Assembleia Geral da OEA em Honduras, de 2 a 3 do mesmo mês. Especula-se que ainda no final de maio ela virá ao Brasil.
Hillary afirmou que "democracias sustentáveis fazem mais do que apenas ter eleições" e defendeu a luta contra a desigualdade social.


Texto Anterior: Regresso: Comissões militares para julgar em Guantánamo devem voltar
Próximo Texto: Análise: Ex-auxiliar de Clinton encara nova agenda
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.