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México e crise são maiores desafios de sucessor, diz Shannon
De saída, diplomata americano número 1 para América Latina diz que houve avanços sob Bush
ANDREA MURTA
DE NOVA YORK
Um dia após o anúncio de sua
saída do cargo, o atual secretário de Estado assistente dos
EUA para o Hemisfério Ocidental, Thomas Shannon, projetou que os maiores desafios
do governo Barack Obama na
América Latina serão a luta antidrogas no México e na América Central e a crise econômica,
sobretudo no Caribe.
A fala chega menos de um
mês após a visita de Obama ao
México, em esforço para interromper a deterioração recente
nas relações entre os países.
O diálogo se complicou pela
escalada na violência promovida pelos cartéis mexicanos de
drogas, que começa a contaminar a fronteira sul dos EUA, e
pela crise econômica.
"Os desafios apresentados
pelo crime organizado e pelos
cartéis de drogas são transnacionais", disse Shannon durante conferência em Washington.
"Temos que reconhecer que a
incumbência de combatê-los é
compartilhada. O engajamento
atual dos EUA é histórico."
Segundo Shannon, o governo
George W. Bush (2001-2009)
deixou para Obama um conceito para abordar essas questões
na iniciativa Mérida, mas caberá à nova Casa Branca implementá-lo com sucesso.
Não será simples. A iniciativa
-plano de combate às drogas
no México e na América Central aprovado há três anos pelo
Congresso dos EUA- teve poucos efeitos reais até agora.
A respeito da crise econômica, ele afirmou que a "grande
preocupação é garantir que, enquanto tentamos manter os
mercados do hemisfério abertos, seja possível reconstruir
um entendimento sobre o que é
comércio e como ele empurra o
crescimento econômico".
Shannon defendeu a proteção às economias de América
Central e Caribe, "as mais vulneráveis da região".
Ele disse ser preciso mostrar
respeito pelas mudanças em
Venezuela, Equador e Bolívia.
Disse que já foram dados os primeiros passos para melhorar
relações com Caracas.
Sobre a Bolívia, insistiu em
que o "status quo" não funciona
e que espera enviar em breve
equipe ao país para discutir
avanço nas relações bilaterais.
Shannon será substituído
por Arturo Valenzuela, acadêmico da Universidade de Georgetown com passagem pelo governo Bill Clinton (1993-2001).
A secretária de Estado, Hillary Clinton, também esteve
presente na conferência. Lá,
confirmou que irá a El Salvador
em 1º de junho e depois à Assembleia Geral da OEA em
Honduras, de 2 a 3 do mesmo
mês. Especula-se que ainda no
final de maio ela virá ao Brasil.
Hillary afirmou que "democracias sustentáveis fazem
mais do que apenas ter eleições" e defendeu a luta contra a
desigualdade social.
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