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Em visita-surpresa, Bush vai a Bagdá
Presidente americano respalda gabinete de Nouri al Maliki; juiz determina fim dos argumentos de defesa de Saddam
Premiê iraquiano só teve conhecimento da visita do presidente americano cinco minutos antes da reunião na superfortificada Zona Verde
DA REDAÇÃO
Em visita-surpresa a Bagdá, o
presidente americano, George
W. Bush, assegurou aos iraquianos que os Estados Unidos
apoiarão o novo governo, mas
enfatizou que o futuro do país
depende da coalizão liderada
pelo premiê Nuri al Maliki.
"É de nosso interesse que o
Iraque seja bem-sucedido",
disse Bush, ao lado de Maliki,
que apenas soube da visita cinco minutos antes do encontro.
"A nossa tarefa é ajudá-lo, e nós
o ajudaremos."
A inesperada visita de Bush
ocorre no momento em que
Washington tenta ampliar o
apoio ao novo governo iraquiano e à sua cada vez mais impopular estratégia de guerra. É a
segunda viagem do americano
ao Iraque desde a invasão, em
março de 2003. A primeira foi
em novembro de 2004, durante
o feriado de Ação de Graças.
"Não vim apenas para olhá-lo
no olho. Também vim para dizê-lhe que, quando a América
dá a sua palavra, a mantém",
disse Bush diante de militares
americanos, na Embaixada dos
EUA em Bagdá, na Zona Verde.
"As decisões que você e o seu
gabinete fizerem determinarão
se o seu país será bem-sucedido, se pode governar a si mesmo, se pode se defender, se sustentar", afirmou Bush.
Já Maliki disse que o Iraque
estava "determinado a ser
bem-sucedido". "Temos de
derrotar os terroristas e todas
as dificuldades", afirmou.
Preparativos
Embora a viagem estivesse
em planejamento há algumas
semanas, Bush esperou Maliki
completar seu gabinete antes
de embarcar. As últimas nomeações foram feitas na última
quinta. A visita ocorreu ainda
seis dias depois da morte do líder da Al Qaeda no Iraque, Abu
Musab al Zarqawi.
A visita de Bush era do conhecimento apenas de alguns
assessores e de um grupo pequeno de jornalistas, que tiveram de jurar silêncio.
O premiê iraquiano foi convidado à embaixada sob o pretexto de que participaria de uma
videoconferência com Bush,
que estaria em Camp David, o
local de descanso presidencial
ao norte de Washington.
Bush estava sentado no cockpit do Air Force One quando o
avião aterrissou em Bagdá, às
16h locais, após um vôo de 11
horas. Ele usou um colete à
prova de balas de 13 kg nos seis
minutos que duraram o vôo de
helicóptero entre o aeroporto e
a Zona Verde.
Horas antes do embarque, a
Casa Branca havia emitido um
comunicado no qual informava
que Bush se reuniria durante
dois dias com o seu gabinete em
Camp David e que realizaria
uma teleconferência com Bagdá para analisar os próximos
passos dos EUA no Iraque e
apoiar seu novo governo.
US$ 320 bilhões
A Câmara americana aprovou ontem a previsão de US$
94,5 bilhões para pagar as operações militares no Iraque e no
Afeganistão, danos causados
por furacões, medidas preventivas para a gripe aviária e vigilância nas fronteiras.
Um acordo entre o Senado e
a Câmara prevê que US$ 66 bilhões sejam destinados ao Iraque. Com isso, o custo dos três
anos de guerra já soma US$ 320
bilhões. O projeto de lei foi
aprovado quase sem discussão,
com 351 votos a favor e apenas
67 contra -mostra do amplo
apoio a Bush na Câmara.
Saddam
O principal juiz do processo
contra o ex-ditador Saddam
Hussein, Raouf Abdel Rahman,
determinou o fim das audiências com testemunhas de defesa e disse que a acusação apresentará seus argumentos finais
na semana que vem.
A defesa de Saddam reclama
que não teve chance de se apresentar apropriadamente.
Com agências internacionais
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