São Paulo, quarta-feira, 14 de julho de 2004

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Política dos EUA é criticada por Chirac e Annan

DA REDAÇÃO

Os EUA precisam tomar a dianteira na luta contra a Aids com a mesma dedicação exibida na guerra contra o terrorismo, disse ontem o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, na 15ª Conferência Mundial de Aids, em Bancoc (Tailândia). O presidente da França, Jacques Chirac, foi mais longe. Em comunicado escrito, chamou de "chantagem" a pressão americana sobre países pobres para que eles abdiquem dos medicamentos genéricos.
"Ouvimos muita coisa sobre terrorismo e estamos preocupados com as armas de destruição em massa por causa de sua capacidade de matar milhares de pessoas", disse Annan. "Mas eis uma epidemia matando milhões. Qual a reação? Precisamos de liderança, e os EUA têm a capacidade natural de liderança por causa de seu tamanho e de seus recursos."
Os EUA, que reservaram US$ 15 bilhões para serem gastos nos próximos cinco anos em programas anti-Aids na África e no Caribe, são um dos maiores alvos de críticas no evento mundial.
O ministro do Desenvolvimento da França, Xavier Darcos, exortou Washington a honrar o compromisso firmado em 2001 que deu a países pobres acesso aos genéricos. Delegados dos EUA chamaram os comentários franceses de "nonsense".
Os custos são um ponto-chave no tratamento da Aids. A maior parte dos remédios é fabricada por gigantes farmacêuticos dos EUA e da Europa e protegida por patentes, com custo anual de até US$ 5.000 por pessoa. Brasil, Índia e Tailândia produzem medicamentos genéricos a preços muito menores. Segundo a OMS, só 7% dos 6 milhões de pessoas que precisam de anti-retrovirais em países pobres os obtêm.


Com agências internacionais

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