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Política dos EUA é criticada por Chirac e Annan
DA REDAÇÃO
Os EUA precisam tomar a
dianteira na luta contra a
Aids com a mesma dedicação exibida na guerra contra
o terrorismo, disse ontem o
secretário-geral da ONU,
Kofi Annan, na 15ª Conferência Mundial de Aids, em
Bancoc (Tailândia). O presidente da França, Jacques
Chirac, foi mais longe. Em
comunicado escrito, chamou de "chantagem" a pressão americana sobre países
pobres para que eles abdiquem dos medicamentos
genéricos.
"Ouvimos muita coisa sobre terrorismo e estamos
preocupados com as armas
de destruição em massa por
causa de sua capacidade de
matar milhares de pessoas",
disse Annan. "Mas eis uma
epidemia matando milhões.
Qual a reação? Precisamos
de liderança, e os EUA têm a
capacidade natural de liderança por causa de seu tamanho e de seus recursos."
Os EUA, que reservaram
US$ 15 bilhões para serem
gastos nos próximos cinco
anos em programas anti-Aids na África e no Caribe,
são um dos maiores alvos de
críticas no evento mundial.
O ministro do Desenvolvimento da França, Xavier
Darcos, exortou Washington a honrar o compromisso
firmado em 2001 que deu a
países pobres acesso aos genéricos. Delegados dos EUA
chamaram os comentários
franceses de "nonsense".
Os custos são um ponto-chave no tratamento da
Aids. A maior parte dos remédios é fabricada por gigantes farmacêuticos dos
EUA e da Europa e protegida por patentes, com custo
anual de até US$ 5.000 por
pessoa. Brasil, Índia e Tailândia produzem medicamentos genéricos a preços
muito menores. Segundo a
OMS, só 7% dos 6 milhões
de pessoas que precisam de
anti-retrovirais em países
pobres os obtêm.
Com agências internacionais
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