São Paulo, quarta-feira, 14 de julho de 2004

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IRAQUE SOB TUTELA

Apesar de apelo dos EUA, Manila antecipa retirada das tropas para salvar refém filipino; terroristas matam búlgaro

Filipinas cede ao terror e deixa Iraque

DA REDAÇÃO

Apesar dos apelos de Washington, o governo filipino antecipou a retirada de suas tropas do Iraque, inicialmente prevista para agosto, na tentativa de evitar a decapitação do motorista Angelo de la Cruz, 46, seqüestrado na semana passada. Ontem, o grupo terrorista liderado pelo jordaniano Abu Musab Zarqawi, que, segundo os EUA, tem ligação com a Al Qaeda, matou um refém búlgaro.
O grupo também prometeu matar outro búlgaro em 24 horas, segundo a rede de TV de Qatar Al Jazira. O governo búlgaro confirmou a morte do refém.
Washington havia exortado as Filipinas a não ceder à pressão dos seqüestradores e a não antecipar a retirada de seus 51 militares que estão no Iraque. "Cremos que essa decisão envie um sinal errado a terroristas", disse um alto funcionário do governo dos EUA.
As Filipinas reafirmaram a decisão da retirada das tropas e iniciaram a operação.
Anteontem, os seqüestradores divulgaram um ultimato que, repentinamente, estabeleceu o limite para que as Filipinas retirassem seus soldados em só três horas.
O prazo (o terceiro desde o seqüestro) venceu sem nenhuma indicação de que ele tinha morrido. A Al Jazira transmitiu um apelo gravado do motorista. Ele pedia que a presidente Gloria Macapagal Arroyo acatasse as exigências dos seqüestradores. Cruz vestia uma roupa laranja semelhante à usada pelos dois outros seqüestrados decapitados no Iraque.

Búlgaro
Uma TV árabe via satélite disse que o grupo divulgara uma fita de vídeo em que mostrava a morte do búlgaro, mas as imagens não foram veiculadas. A Al Jazira mostrou imagens de um dos dois búlgaros ao lado de três homens encapuzados, mas também não apresentou o momento da morte, classificado de "horrível" pela TV. Não se sabe como ele foi morto.
Na última quinta, o grupo de Zarqawi ameaçou matar os dois búlgaros se os EUA não libertassem prisioneiros iraquianos. O grupo já assumiu responsabilidade pela decapitação de um americano e um sul-coreano no Iraque.
A Bulgária tem 470 soldados em Karbala, no sul do Iraque, e seu governo disse que seus militares ficarão no país enquanto seu trabalho for necessário. Segundo o governo búlgaro, os dois seqüestrados (ambos motoristas de caminhão) não são alvos políticos.
Em outro caso, insurgentes ameaçaram matar um motorista egípcio em 72 horas se a empresa saudita na qual ele trabalha não deixar o Iraque, diz a Al Jazira.


Com agências internacionais


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