São Paulo, quarta-feira, 14 de julho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ORIENTE MÉDIO

Ordem veio do Supremo

Israel diz que mudará o traçado de muro

DA REDAÇÃO

Israel está redesenhando o traçado de sua barreira na Cisjordânia ocupada, trazendo-a para mais perto de sua fronteira, para tentar fazer com que palestinos não tenham o acesso a suas terras impedido, em obediência a uma ordem da Suprema Corte do país, disseram autoridades israelenses.
Uma fonte israelense disse que o novo traçado do muro, refeito pelo Ministério da Defesa, o fará acompanhar "o mais perto possível" a fronteira entre Israel e a Cisjordânia. A Corte Internacional de Justiça, principal órgão de Justiça da ONU, considerou o muro ilegal e pediu sua remoção na semana passada, numa decisão rejeitada por Israel e saudada pelos palestinos.
A corte israelense disse que o governo tem o direito de erigir uma barreira, por razões de segurança, em território que considera "em disputa", mas ordenou a modificação de um trecho de 30 km para aliviar sofrimentos causados a povoados palestinos. "Desejamos não separar palestinos de suas terras... nem criar encraves. É possível, entretanto, que haja casos em que não tenhamos outra alternativa", disse uma porta-voz do Ministério da Defesa. Segundo ela, a equipe que está revendo o traçado do muro estuda alternativas para apresentar às instâncias decisórias nas Forças Armadas.
"Desejamos não colocar a barreira ao lado de casas palestinas. Entretanto, há casos em que temos uma distância de 20 ou até mesmo apenas cinco metros entre as casas israelenses e palestinas", disse a porta-voz.
Israel afirma que o muro, que em vários pontos adentra fundo em território da Cisjordânia para englobar assentamentos judaicos, barra os homens-bomba palestinos, responsáveis por centenas de ataques terroristas no país. Os palestinos o vêem como tentativa disfarçada de anexar territórios tomados por Israel na guerra de 1967 e lhes negar a possibilidade de um Estado viável.
O enviado da ONU à região, Terje Roed-Larsen, disse ontem ao Conselho de Segurança em Nova York que a Autoridade Nacional Palestina, presidida por Iasser Arafat, apesar de promessas de seus líderes, não progrediu no combate aos grupos terroristas e na reforma dos seus serviços de segurança e corre "sério risco de entrar em colapso", recebendo raros elogios de Israel e também raras críticas dos palestinos.

Trabalhistas
O Partido Trabalhista disse que sua liderança aprovou por maioria esmagadora conversações com o premiê Ariel Sharon para a formação de uma coalizão.
Sharon buscou os trabalhistas depois de perder sua maioria parlamentar no mês passado, quando aliados de extrema direita abandonaram a coalizão em função de seu plano de retirar as tropas e os assentamentos judaicos de Gaza até o final de 2005.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Religião: Irã amplia repressão às roupas "impróprias"
Próximo Texto: Argentina: Suíça não acha conta bancária de Menem
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.