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Congresso equatoriano julga ministro
Em mais um embate com governo Correa, Legislativo deve aprovar censura contra Ricardo Patiño (Economia)
DA REDAÇÃO
Em mais um embate entre o
Legislativo e o governo do esquerdista Rafael Correa, o Congresso do Equador começou a
votar ontem -e deve aprovar-
uma moção para censurar o ministro da Economia, Ricardo
Patiño, um dos principais nomes do gabinete.
Patiño é investigado por ter
aparecido em um vídeo, em
maio, supostamente passando
a uma corretora informações
privilegiadas sobre a venda de
bônus da dívida equatoriana.
A operação, sustenta a oposição, beneficiaria banqueiros
venezuelanos. O ministro diz
que ele próprio gravou a conversa "para provar" como há
negociatas com os títulos.
Segundo cálculos da imprensa do Equador, a oposição já detém 51 votos necessários para
aprovar a censura -o Congresso é unicameral e tem cem integrantes. A medida, porém, não
deve ter efeito prático algum, já
que não decreta a demissão do
ministro, e Correa já afirmou
que ele seguirá no cargo.
Mas o episódio é mais combustível para a guerra de palavras entre os Poderes. Correa
repete que o Congresso é corrupto e que pedirá sua dissolução à Assembléia Constituinte,
que será eleita em setembro.
Ontem, o ministro da Economia se negou a comparecer à
votação, que tem formato de
tribunal, com encarregados da
acusação e da defesa.
Patiño preferiu um "julgamento paralelo", em uma praça
em frente ao Congresso, com
centenas de militantes simpáticos ao governo. No ato, os militantes absolveram o ministro e
"condenaram" os legisladores,
por serem "corrupto, se oporem aos direitos do povo".
Se no caso da moção de censura o dano real é pequeno, a
falta de maioria do governo no
Congresso e o clima de enfrentamento já começam a fazer estragos concretos. Ontem, os
deputados adiaram a discussão
de um artigo da Lei de Justiça
Financeira que se propõe a regular os juros no país.
O Legislativo aprovou a lei,
enviada pelo Executivo, em junho -mas com uma série de
modificações, vetando as mudanças na taxa de juros e a intenção do governo de ter maior
controle sobre o sistema financeiro. O presidente Correa vetou a versão aprovada e reenviou o projeto ao Congresso.
Com agências internacionais
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