São Paulo, sábado, 14 de julho de 2007

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Congresso equatoriano julga ministro

Em mais um embate com governo Correa, Legislativo deve aprovar censura contra Ricardo Patiño (Economia)

DA REDAÇÃO

Em mais um embate entre o Legislativo e o governo do esquerdista Rafael Correa, o Congresso do Equador começou a votar ontem -e deve aprovar- uma moção para censurar o ministro da Economia, Ricardo Patiño, um dos principais nomes do gabinete.
Patiño é investigado por ter aparecido em um vídeo, em maio, supostamente passando a uma corretora informações privilegiadas sobre a venda de bônus da dívida equatoriana.
A operação, sustenta a oposição, beneficiaria banqueiros venezuelanos. O ministro diz que ele próprio gravou a conversa "para provar" como há negociatas com os títulos.
Segundo cálculos da imprensa do Equador, a oposição já detém 51 votos necessários para aprovar a censura -o Congresso é unicameral e tem cem integrantes. A medida, porém, não deve ter efeito prático algum, já que não decreta a demissão do ministro, e Correa já afirmou que ele seguirá no cargo.
Mas o episódio é mais combustível para a guerra de palavras entre os Poderes. Correa repete que o Congresso é corrupto e que pedirá sua dissolução à Assembléia Constituinte, que será eleita em setembro.
Ontem, o ministro da Economia se negou a comparecer à votação, que tem formato de tribunal, com encarregados da acusação e da defesa.
Patiño preferiu um "julgamento paralelo", em uma praça em frente ao Congresso, com centenas de militantes simpáticos ao governo. No ato, os militantes absolveram o ministro e "condenaram" os legisladores, por serem "corrupto, se oporem aos direitos do povo".
Se no caso da moção de censura o dano real é pequeno, a falta de maioria do governo no Congresso e o clima de enfrentamento já começam a fazer estragos concretos. Ontem, os deputados adiaram a discussão de um artigo da Lei de Justiça Financeira que se propõe a regular os juros no país.
O Legislativo aprovou a lei, enviada pelo Executivo, em junho -mas com uma série de modificações, vetando as mudanças na taxa de juros e a intenção do governo de ter maior controle sobre o sistema financeiro. O presidente Correa vetou a versão aprovada e reenviou o projeto ao Congresso.


Com agências internacionais


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