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Controlador aconselha EUA a aprender com queda de Roma
JEREMY GRANT
DO "FINANCIAL TIMES"
Os EUA estão vivendo sobre
uma "plataforma em chamas"
de políticas e práticas insustentáveis, com déficits fiscais, escassez crônica de verbas para a
saúde, problemas de imigração
e compromissos militares externos ameaçando eclodir em
crises caso medidas não sejam
adotadas em breve, alertou o
principal inspetor das atividades governamentais no país.
David Walker, titular da
Agência de Controladoria dos
EUA [instituição que trabalha
para o Congresso na avaliação
das políticas públicas], apresentou essa avaliação quanto
ao futuro de seu país em um relatório que delineia aquilo que
ele define como "simulações de
longo prazo assustadoras".
Entre os problemas previstos
estão aumentos "dramáticos"
nos impostos, redução severa
nos serviços do governo e a rejeição em larga escala dos papéis do Tesouro americano como instrumento de reserva pelos governos estrangeiros.
Traçando paralelos com os
dias finais do Império Romano,
Walker alertou que existem
"notáveis semelhanças" entre a
situação americana e fatores
que resultaram na queda de
Roma: "o declínio dos valores
morais e da civilidade política
no país, Forças Armadas confiantes e distendidas em excesso servindo no exterior e irresponsabilidade fiscal de parte do
governo central".
"A situação parece familiar?", perguntou Walker. Embora a maioria dos estudos conduzidos por sua agência seja solicitada pelos legisladores, por
volta de 10% -como este- são
iniciados pelo controlador-geral em pessoa. Em entrevista ao
"Financial Times", Walker disse que havia mencionado algumas das questões antes, mas
agora tentava "lançar um alarme e uma convocação à ação".
"Somos um grande país, mas
enfrentamos sérios desafios
em termos de sustentabilidade
que não estamos levando suficientemente a sério", disse
Walker, indicado para o posto
(cujo mandato normal é de 15
anos) pelo presidente Clinton.
As atuais políticas dos EUA
quanto a educação, energia,
ambiente, imigração e Iraque
estão seguindo "caminhos insustentáveis", afirmou. "Nossa
prosperidade mesma vem representando um fardo para a
nossa infra-estrutura. Precisaremos de bilhões de dólares para modernizar tudo, de rodovias a aeroportos. O recente colapso da ponte em Minneapolis
serviu como um lembrete de
que precisamos despertar para
o problema."
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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