São Paulo, sábado, 14 de setembro de 2002

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Rússia e China aumentam pressão sobre Iraque

DA REDAÇÃO

A Rússia deu ontem o mais claro sinal até agora de que poderá apoiar, ou pelo menos não vetar, uma ação militar contra o Iraque ao alertar Bagdá de que deve cooperar com a ONU, permitindo o envio de uma missão de desarmamento ao país, ou enfrentar as consequências.
"As resoluções do Conselho de Segurança têm de ser cumpridas. Se o Iraque se recusar a cooperar, terá de assumir responsabilidade por todas as possíveis consequências", afirmou o ministro das Relações Exteriores russo, Igor Ivanov, segundo a agência Interfax.
A Rússia é contra um ataque unilateral dos EUA ao Iraque, mas, segundo Ivanov, a disposição do governo americano de tratar a questão no âmbito da ONU "abre a possibilidade de uma ação conjunta na busca de uma solução política para a situação".
Desde os ataques terroristas contra os EUA, em 2001, a Rússia tem adotado uma postura de colaboração na "guerra contra o terrorismo" e, neste ano, assinou um acordo com a Otan (aliança militar ocidental liderada pelos EUA).
O voto favorável da Rússia, ou sua abstenção, é fundamental para que os EUA e o Reino Unido consigam aprovar uma resolução no CS da ONU autorizando uma ação militar contra o Iraque. O país é um dos cinco membros permanentes do Conselho com poder de veto. Os outros são China, França (reticentes a um ataque), EUA e Reino Unido.
Ontem, a China divulgou um comunicado declarando-se disposta "a adotar um papel ativo e construtivo ao lado da comunidade internacional para buscar uma solução política para a questão do Iraque no âmbito da ONU".
Embora tenha uma postura tradicionalmente contrária a intervenções dos EUA ou de outras potências em países estrangeiros, a China também tem colaborado com os EUA desde 11 de setembro de 2001 e poderia se abster numa votação contra o Iraque.
O presidente francês, Jacques Chirac, propôs à ONU um ultimato ao Iraque: ou o país colabora com uma missão de desarmamento das Nações Unidas ou poderá ser alvo de uma ação militar.


Com agências internacionais

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