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Rússia e China aumentam pressão sobre Iraque
DA REDAÇÃO
A Rússia deu ontem o mais claro sinal até agora de que poderá
apoiar, ou pelo menos não vetar,
uma ação militar contra o Iraque
ao alertar Bagdá de que deve cooperar com a ONU, permitindo o
envio de uma missão de desarmamento ao país, ou enfrentar as
consequências.
"As resoluções do Conselho de
Segurança têm de ser cumpridas.
Se o Iraque se recusar a cooperar,
terá de assumir responsabilidade
por todas as possíveis consequências", afirmou o ministro das Relações Exteriores russo, Igor Ivanov, segundo a agência Interfax.
A Rússia é contra um ataque
unilateral dos EUA ao Iraque,
mas, segundo Ivanov, a disposição do governo americano de tratar a questão no âmbito da ONU
"abre a possibilidade de uma ação
conjunta na busca de uma solução política para a situação".
Desde os ataques terroristas
contra os EUA, em 2001, a Rússia
tem adotado uma postura de colaboração na "guerra contra o terrorismo" e, neste ano, assinou um
acordo com a Otan (aliança militar ocidental liderada pelos EUA).
O voto favorável da Rússia, ou
sua abstenção, é fundamental para que os EUA e o Reino Unido
consigam aprovar uma resolução
no CS da ONU autorizando uma
ação militar contra o Iraque. O
país é um dos cinco membros
permanentes do Conselho com
poder de veto. Os outros são China, França (reticentes a um ataque), EUA e Reino Unido.
Ontem, a China divulgou um
comunicado declarando-se disposta "a adotar um papel ativo e
construtivo ao lado da comunidade internacional para buscar uma
solução política para a questão do
Iraque no âmbito da ONU".
Embora tenha uma postura tradicionalmente contrária a intervenções dos EUA ou de outras potências em países estrangeiros, a
China também tem colaborado
com os EUA desde 11 de setembro
de 2001 e poderia se abster numa
votação contra o Iraque.
O presidente francês, Jacques
Chirac, propôs à ONU um ultimato ao Iraque: ou o país colabora
com uma missão de desarmamento das Nações Unidas ou poderá ser alvo de uma ação militar.
Com agências internacionais
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