Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
ENTREVISTA
"São repostas à crise interna, não abertura geral"
ANDRÉ LOBATO
DE SÃO PAULO
Para o mexicano Gilberto
Piñeda, autor de "As reformas econômicas em Cuba:
de um modelo de planificação centralizado à planificação descentralizada", a
ilha segue planos traçados
no 4º Congresso do Partido
Comunista, em 1991.
Na época, o governo decidiu reabrir o mercado interno, permitir associação econômica com capital estrangeiro e possibilitar o financiamento interno com dinheiro estrangeiro.
Folha - As mudanças do 4º
Congresso se aceleraram?
Gilberto Piñeda - As tendências são as mesmas,
com modificações para
ajustes monetários e mercantis. Mas o sistema político cubano tem muitas limitações para se abrir por causa do confronto com o imperialismo norte-americano.
As condições para abertura estão praticamente
descartadas.
Já se passaram 20 anos.
A abertura estava muito
focada nas relações econômicas que havia com a Venezuela, onde o PIB vem
caindo nos últimos anos. As
esperanças cubanas estavam colocadas na economia venezuelana.
Em 1991, não havia Hugo
Chávez.
Mas era uma necessidade
[propor abertura] por causa
do colapso da União Soviética. O regime cubano não
apostava nisso. Foram obrigados a utilizar esse sistema
monetário mercantil.
Mas a abertura está acontecendo ou são apenas declarações?
Não é uma abertura generalizada. São ajustes, apesar da magnitude dessa demissão. É mais a crise interna da economia cubana do
que uma orientação. Querem dar uma saída rápida.
O que acontece quando a
pessoa é demitida em Cuba?
Continua tendo todos os
direitos. Não fica sujeita às
forças do mercado.
Texto Anterior: Cuba corta 1 em 8 servidores do Estado Próximo Texto: EUA ironizam anúncio, dizendo que demorou tempo demais Índice | Comunicar Erros
|