São Paulo, terça-feira, 14 de setembro de 2010

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ENTREVISTA

"São repostas à crise interna, não abertura geral"

ANDRÉ LOBATO
DE SÃO PAULO

Para o mexicano Gilberto Piñeda, autor de "As reformas econômicas em Cuba: de um modelo de planificação centralizado à planificação descentralizada", a ilha segue planos traçados no 4º Congresso do Partido Comunista, em 1991.
Na época, o governo decidiu reabrir o mercado interno, permitir associação econômica com capital estrangeiro e possibilitar o financiamento interno com dinheiro estrangeiro.

Folha - As mudanças do 4º Congresso se aceleraram?
Gilberto Piñeda
- As tendências são as mesmas, com modificações para ajustes monetários e mercantis. Mas o sistema político cubano tem muitas limitações para se abrir por causa do confronto com o imperialismo norte-americano.
As condições para abertura estão praticamente descartadas.

Já se passaram 20 anos.
A abertura estava muito focada nas relações econômicas que havia com a Venezuela, onde o PIB vem caindo nos últimos anos. As esperanças cubanas estavam colocadas na economia venezuelana.

Em 1991, não havia Hugo Chávez.

Mas era uma necessidade [propor abertura] por causa do colapso da União Soviética. O regime cubano não apostava nisso. Foram obrigados a utilizar esse sistema monetário mercantil.

Mas a abertura está acontecendo ou são apenas declarações?
Não é uma abertura generalizada. São ajustes, apesar da magnitude dessa demissão. É mais a crise interna da economia cubana do que uma orientação. Querem dar uma saída rápida.

O que acontece quando a pessoa é demitida em Cuba?
Continua tendo todos os direitos. Não fica sujeita às forças do mercado.


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