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Obama aceita rediscutir base americana em ilha japonesa
Concessão a demanda do novo premiê do Japão é anunciada durante visita a Tóquio
Intenção da Casa Branca, porém, é manter termos de acordo assinado em 2006 que prevê só deslocamento de um ponto a outro de ilha
DO "NEW YORK TIMES", EM TÓQUIO
Num esforço para reparar os
estragos no relacionamento
com o Japão, o mais importante aliado dos EUA na Ásia, o
presidente Barack Obama
anunciou ontem que estabeleceria um grupo de trabalho de
alto nível para tratar da continuação da presença de fuzileiros navais americanos numa
base na ilha de Okinawa.
A decisão de ao menos considerar as preocupações japonesas, anunciada durante visita a
Tóquio, parece representar
uma concessão do governo
Obama. Ela vem menos de um
mês após o secretário da Defesa, Robert Gates, fechar as portas à renegociação de um acordo selado em 2006 para transferir a base para uma região
menos povoada da ilha.
A visita de Obama vem num
momento no qual os dois aliados enfrentam mudanças em
seu relacionamento, e em que o
pemiê japonês Yukio Hatoyama, recém-eleito, procura por
uma "parceria mais igual". Ontem, os dois líderes enfatizaram a importância do elo entre
os países e ressaltaram que os
dois lados têm muitas posições
em comum. Falando ao lado de
Obama, Hatoyama declarou
que "nós nos tratamos por Barack e Yukio, e estamos acostumados a usar os prenomes".
Mas funcionários da Casa
Branca afirmaram que os EUA
haviam concordado apenas em
conversar "sobre a implementação" do acordo quanto a Okinawa, e disseram que não esperam grandes mudanças na forma geral do acordo, que envolve também a transferência de
8.000 fuzileiros navais para o
território americano de Guam.
Especialistas em política japonesa indicaram que o estabelecimento de um grupo de trabalho provavelmente representa
apenas uma maneira de permitir que Hatoyama alegue ao povo japonês que está mantendo
sua promessa de campanha sobre a questão.
Em 2006, os EUA aceitaram
um acordo que envolveria a
transferência de milhares de
militares para Guam e a transferência da base dos fuzileiros
navais para outra região de Okinawa. Mas Hatoyama, em sua
campanha eleitoral, prometeu
que a base aérea sairia da ilha.
"É fato que esse assunto foi
tema de campanha, e que os
moradores de Okinawa têm
fortes expectativas", disse Hatoyama, ao explicar por que está determinado a retomar o assunto. "Será uma questão muito difícil de resolver, mas, se
deixarmos o tempo passar, a dificuldade só crescerá."
Em visita ao Japão no mês
passado, Gates expressou de
forma firme a frustração americana diante da recusa do governo Hatoyama em recuar
quanto às promessas de campanha sobre a base em Okinawa. Ele pressionou Hatoyama e
as Forças Armadas japonesas a
manterem seu compromisso
quanto aos acordos militares.
Ontem, os EUA também pareceram ceder quanto a outra
questão contenciosa da aliança,
aceitando a promessa de Hatoyama de US$ 5 bilhões em assistência ao Afeganistão, em
contrapartida à decisão de encerrar a missão de reabastecimento pela Marinha japonesa a
navios que atuam na guerra.
Obama disse que a promessa
"sublinha o papel proeminente" do Japão no esforço internacional no Afeganistão.
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