São Paulo, segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

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Houston se torna a maior cidade americana a eleger prefeita homossexual

DE NOVA YORK

Houston se tornou, no final de semana, a maior cidade americana a eleger uma prefeita assumidamente gay. A democrata Annise Parker venceu a eleição com 53% dos votos e derrotou o também democrata Gene Locke, que obteve 47% dos votos.
Em discurso após o resultado e acompanhada de Kathy Hubbard, sua companheira há 19 anos, Parker declarou: "Nesta noite, os eleitores de Houston abriram a porta para a história. Sei o que esta vitória significa para muitos de nós que nunca pensaram que poderíamos chegar à alta administração".
Houston é uma cidade com 2,2 milhões de habitantes.
Os republicanos dominam o Texas desde que George W. Bush venceu eleição para governador em 1994. Outras cidades americanas também elegeram prefeitos gays, casos de Portland, no Oregon, Providence, em Rhode Island, e Cambridge, em Massachusetts.
O resultado surpreendeu pelo perfil conservador do Estado do Texas, que rejeitou o casamento gay, e da cidade, que vetou a concessão de benefícios para parceiros do mesmo sexo.
Especialistas afirmam que os eleitores deram mais atenção a questões de ordem econômica do que a aspectos pessoais dos candidatos. Durante a campanha, Parker defendeu que com a experiência acumulada no cargo de "city controller", espécie de fiscalizadora das finanças da prefeitura, teria mais condições de enfrentar os efeitos da crise econômica.
Em sua página na internet, ela defende a criação de um programa para estimular a geração de emprego em Houston. E prega a diversificação das fontes de energia por meio de acordos com as indústrias de petróleo e gás. Antes de entrar no serviço público a futura prefeita trabalhou durante 20 anos no setor.
O adversário Locke, um advogado negro e ex-procurador do município, concentrou mais suas propostas na redução da criminalidade e reaparelhamento da polícia.
A nova prefeita herdará um deficit de US$ 130 milhões no Orçamento.
A orientação sexual de Parker só se tornou de fato alvo de debate no final da campanha. Pastores negros fizeram discursos contra a suposta "agenda gay" da candidata. Também foram distribuídos panfletos chamando a atenção para o apoio de entidades gays à candidatura de Parker e ao relacionamento dela com sua parceira.
Locke negou envolvimento, mas dois membros de seu comitê de finanças gastaram US$ 40 mil para ajudar a bancar um dos panfletos.
Durante a campanha, Parker evitou discutir sua orientação sexual. Ela começou sua carreira, no entanto, defendendo os direitos de homossexuais nos anos 1980. (JL)


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