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foco
Houston se torna a maior cidade americana a eleger prefeita homossexual
DE NOVA YORK
Houston se tornou, no final
de semana, a maior cidade
americana a eleger uma prefeita assumidamente gay. A democrata Annise Parker venceu
a eleição com 53% dos votos e
derrotou o também democrata
Gene Locke, que obteve 47%
dos votos.
Em discurso após o resultado
e acompanhada de Kathy Hubbard, sua companheira há 19
anos, Parker declarou: "Nesta
noite, os eleitores de Houston
abriram a porta para a história.
Sei o que esta vitória significa
para muitos de nós que nunca
pensaram que poderíamos chegar à alta administração".
Houston é uma cidade com
2,2 milhões de habitantes.
Os republicanos dominam o
Texas desde que George W.
Bush venceu eleição para governador em 1994. Outras cidades americanas também elegeram prefeitos gays, casos de
Portland, no Oregon, Providence, em Rhode Island, e Cambridge, em Massachusetts.
O resultado surpreendeu pelo perfil conservador do Estado
do Texas, que rejeitou o casamento gay, e da cidade, que vetou a concessão de benefícios
para parceiros do mesmo sexo.
Especialistas afirmam que os
eleitores deram mais atenção a
questões de ordem econômica
do que a aspectos pessoais dos
candidatos. Durante a campanha, Parker defendeu que com
a experiência acumulada no
cargo de "city controller", espécie de fiscalizadora das finanças da prefeitura, teria mais
condições de enfrentar os efeitos da crise econômica.
Em sua página na internet,
ela defende a criação de um
programa para estimular a geração de emprego em Houston.
E prega a diversificação das
fontes de energia por meio de
acordos com as indústrias de
petróleo e gás. Antes de entrar
no serviço público a futura
prefeita trabalhou durante
20 anos no setor.
O adversário Locke, um
advogado negro e ex-procurador do município, concentrou mais suas propostas na
redução da criminalidade e
reaparelhamento da polícia.
A nova prefeita herdará
um deficit de US$ 130 milhões no Orçamento.
A orientação sexual de
Parker só se tornou de fato
alvo de debate no final da
campanha. Pastores negros
fizeram discursos contra a
suposta "agenda gay" da
candidata. Também foram
distribuídos panfletos chamando a atenção para o
apoio de entidades gays à
candidatura de Parker e ao
relacionamento dela com
sua parceira.
Locke negou envolvimento, mas dois membros de seu
comitê de finanças gastaram
US$ 40 mil para ajudar a
bancar um dos panfletos.
Durante a campanha, Parker evitou discutir sua
orientação sexual. Ela começou sua carreira, no entanto, defendendo os direitos de homossexuais nos
anos 1980.
(JL)
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