DA REDAÇÃO

A segunda rodada de conversas entre o presidente boliviano, Evo Morales, e os governadores do país -seis deles oposicionistas- começou ontem à noite em La Paz, em um clima de desconfiança e mais trocas de acusações.
O principal tema da reunião, iniciada às 20h35 locais (22h35 no Brasil), deve ser o corte no IDH (Imposto Direto sobre Hidrocarbonetos) repassado aos departamentos.
Parte do imposto antes enviado às regiões será usado a partir deste mês para financiar um benefício a idosos. Reverter essa perda é a demanda imediata dos governadores, que por isso aceitaram voltar a se reunir com o presidente em meio à crise política com La Paz.
Na primeira reunião entre as partes, na segunda passada, o presidente propôs criar um fundo para compensar o corte, o que seria analisado ontem.
O fim de semana, porém, foi de mais trocas de acusações entre integrantes do partido governista MAS (Movimento ao Socialismo) e os governadores oposicionistas. A legenda de Morales condenou os estatutos autonômicos propostos por quatro departamentos, liderados por Santa Cruz, que visa dar às regiões independência administrativa em relação ao governo nacional.
Os oposicionistas, por sua vez, voltaram a dizer que não aceitam a nova Constituição, aprovada por governistas e aliados em dezembro, que ainda irá a referendo.
O presidente Morales ofereceu à oposição trabalhar para retirar temas conflituosos do texto, mas a proposta foi, a princípio, rejeitada.