São Paulo, terça-feira, 15 de janeiro de 2008

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Morre, no Chile, jornalista que investigou crimes da ditadura de Pinochet

DA REDAÇÃO

A jornalista e escritora chilena Patricia Verdugo, cujos livros jogaram luz sobre os crimes da ditadura Augusto Pinochet (1973-1990) e embasaram processos judiciais contra o general, morreu de câncer aos 61 anos na noite de anteontem.
Verdugo é autora de "A Caravana da Morte" (Editora Revan). Lançado em 1985, ainda sob o regime militar, a obra relata a ação do governo para exterminar mais de 70 opositores entre outubro e novembro de 1973.
Com a redemocratização, o livro tornou-se um dos best-seller, e os depoimentos e dados nele contidos foram usados, depois, na investigação judicial sobre as responsabilidade de Pinochet nas mortes. O general morreu em dezembro de 2006, porém, sem jamais ter sido condenado. "A transição chilena teve um preço: a impunidade de Pinochet", escreveu a jornalista em artigo para a Folha há um ano.
Verdugo teve a vida marcada pela ditadura. Seu pai, o sindicalista Sergio Verdugo, foi morto pelo regime em 1976. Sobre o episódio, ela escreveu "Bucarest 187", editado em 2001. Publicou outros vários livros sobre o período, entre eles "Chile, 1973 - Como os EUA derrubaram Allende" (Revan). Investigou ainda a origem da fortuna escusa da família Pinochet no exterior.
Em 1993, ganhou um dos prêmios mais importantes da área nos EUA, o Maria Moors Cabot, ligado à Universidade Columbia, em Nova York. Em 1997, recebeu o Prêmio Nacional de Jornalismo do Chile.


Com agências internacionais


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