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UE sobe tom com Moscou e Kiev
Falta de gás leva bloco a ameaçar processos contra estatais energéticas da Rússia e da Ucrânia
Governantes de países mais afetados reúnem-se com líderes russo e ucraniana e pedem solução por "reféns"; Medvedev propõe encontro
DA REDAÇÃO
A União Europeia elevou o
tom ontem contra a Rússia e a
Ucrânia na crise do gás e ameaçou recorrer aos tribunais devido ao corte no fornecimento
-que entrou na segunda semana- no auge do inverno. Líderes dos países mais afetados
viajaram a Moscou e Kiev para
exortar os respectivos governos a normalizar o suprimento.
O presidente da Comissão
Europeia -órgão executivo da
UE-, José Manuel Durão Barroso, disse que a crise é "inaceitável e inacreditável". Barroso
advertiu as estatais energéticas
Gazprom (Rússia) e Naftogaz
(Ucrânia) de que incitará suas
contrapartes europeias a processá-las caso o fornecimento
de gás não seja restabelecido.
"Se o acordo [do dia 12, que
previa para anteontem o restabelecimento do envio de gás]
não for honrado, significa que
Rússia e Ucrânia não podem
mais ser considerados parceiros confiáveis para a UE em assuntos de suprimento de energia", disse ao Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França).
Encontros
Os premiês de Bulgária, Eslováquia e Moldova reuniram-se
com os seus homólogos Vladimir Putin e Yulia Tymoshenko
em Moscou e Kiev, respectivamente. "Milhões de europeus
sentem-se como reféns e estão
realmente sofrendo", disse a
Putin o búlgaro Sergei Stanishev, cujo país não tem acesso a
rota alternativa de suprimento
e enfrentou ontem -21C. "O
problema não é nosso. O problema é do país de trânsito, que
deve resolver isso", disse Putin.
O presidente russo, Dmitri
Medvedev, propôs para sábado
um encontro em Moscou com a
UE, os países consumidores de
fora do bloco e todos os países-trânsito, incluindo a Ucrânia.
A premiê Tymoshenko defendeu que os próprios governos russo e ucraniano envolvam-se na busca de uma solução. Até agora, as negociações
são realizadas pela Gazprom e
pela Naftogaz, protagonistas da
disputa que envolve os preços
do gás russo e do transporte
ucraniano e dívida contestada
por Kiev (veja texto abaixo).
A Rússia cortou o suprimento de gás aos países europeus
no dia 7, acusando a Ucrânia -a
quem já havia parado de fornecer no dia 1º, devido ao impasse
comercial- de desviar o fluxo
para o mercado interno.
Na segunda, Moscou e Kiev
anunciaram acordo para restabelecer o envio -à Europa, não
à Ucrânia. A Rússia reabriu as
válvulas anteontem, mas o gás
ficou retido na Ucrânia devido
a, diz Kiev, exigências técnicas
russas "inviáveis".
A UE importa 25% do gás que
consome da Rússia (80% via
Ucrânia).
Com agências internacionais
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