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ENTENDA A DISPUTA
1
O que está em jogo?
Dinheiro. A estatal russa
Gazprom quer aumentar o
preço do produto, vendido à
Ucrânia por tarifa preferencial, e Kiev quer receber mais
pelo uso dos dutos que levam
o gás russo à Europa.
Kiev exige que o "gás técnico", necessário para manter a
pressão nos dutos, seja fornecido gratuitamente. O país
questiona dívidas cobradas
por Moscou e quer pôr fim ao
monopólio da transportadora
RosUkrEnergo.
Sem consenso, a Gazprom
suspendeu, em 1º de janeiro,
o abastecimento do mercado
ucraniano e retirou proposta
de aumento de 40%, passando
a exigir 140%. A empresa acusa Kiev de roubar gás destinado à Europa. Segundo a Ucrânia, o uso de parte do gás para
"necessidades operacionais
de transporte" era legal.
2
Como a política afeta a disputa entre Moscou e Kiev?
A tensão entre o Kremlin e a
Ucrânia, aspirante a membro
da Otan (aliança militar ocidental), alimenta o litígio comercial. Moscou questiona os
subsídios ao gás ucraniano
desde a ruptura com Kiev,
após a Revolução Laranja de
2004. A ascensão de um governo antirrusso acirrou a demanda ucraniana por uma taxa de transporte "realista"
-o país afirma que o valor cobrado é artificialmente baixo.
3
Qual o efeito na Europa?
Moscou acusa Kiev de
desviar gás destinado à Europa e cortou, há oito dias, todo
o fluxo para os dutos ucranianos, afetando 18 países em
pleno inverno -um quarto do
gás consumido na UE é russo,
e 80% dele passa pela Ucrânia.
No Leste Europeu, mais atingido, fábricas foram fechadas
e falta gás para aquecer escolas e casas. As reservas da
Europa Ocidental são suficientes para apenas algumas
semanas e o sistema energético pode entrar em colapso
se a crise persistir.
4
Qual a posição da UE?
O bloco é neutro na disputa, mas exige a normalização
do fornecimento. A UE mediou acordo entre Moscou e
Kiev sobre o abastecimento e
enviou missão para monitorar os gasodutos, mas o acesso às salas de controle foi
restringido nos dois países.
5
Por que a promessa de normalizar o abastecimento da
Europa foi descumprida?
O fluxo de gás russo para a
Ucrânia foi retomado parcialmente anteontem, mas a
pressão do dutos é baixa demais para que o gás russo
chegue à Europa. Kiev afirma
que a Gazprom enviou volume
insuficiente e exige mais "gás
técnico". A Rússia acusa a
Ucrânia de reter o produto.
6
Há alternativas ao suprimento via Ucrânia?
Sim, mas elas são insuficientes. O fluxo via Turquia e Belarus foi intensificado, mas,
apesar disso, o abastecimento russo à Europa caiu pela
metade. A norueguesa StatoilHydro, segunda maior fornecedora do continente, já
trabalha a plena capacidade.
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