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IRAQUE NA MIRA
Inspetor diz não haver sinais de armas de destruição em massa, mas aponta problemas que alimentam argumentos para guerra
Relatório de Blix mantém impasse na ONU
DA REDAÇÃO
O chefe das inspeções de armas
da ONU, o sueco Hans Blix, disse
ontem ao Conselho de Segurança
(CS) não ter encontrado provas
da existência de armas de destruição em massa no Iraque. Ele voltou a dizer, porém, que o Iraque
precisa colaborar mais, apresentando provas de que se desarmou.
A sua posição ambígua deve alimentar a divisão entre os países-membros do CS. Aqueles que defendem o uso da força contra o
regime de Saddam Hussein (EUA
e Reino Unido) dizem que o veredicto de Blix reforça seus argumentos de que Bagdá não pretende se desarmar.
Os opositores à guerra -como
França, Rússia, China e Alemanha- encontraram nas palavras
de Blix a confirmação de que as
inspeções estão funcionando e
devem continuar.
Segundo Blix, Bagdá ainda não
revelou o paradeiro de mil toneladas de armas não-convencionais.
Além disso, análise sobre mísseis
encontrados revelou que eles têm
alcance superior aos 150 km permitidos por resoluções da ONU.
"As questões do antraz, do
agente nervoso VX e dos mísseis
de longo alcance são talvez o problema mais importante que encontramos", afirmou Blix. "Se
existem, precisam ser entregues
para serem destruídos. Se não
existem, provas devem ser apresentadas."
Mas Blix enfatizou que suas
equipes têm livre acesso no Iraque -em 11 semanas, realizaram
400 missões em 300 localidades.
O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o
egípcio Mohamed El Baradei, disse não ter encontrado provas de
um programa nuclear iraquiano.
Powell questionado
Blix levantou dúvidas sobre os
documentos apresentados ao CS
pelo secretário de Estado americano, Colin Powell.
Ele disse que imagens de satélite
apresentadas numa suposta fábrica de armas poderia ser "atividade de rotina".
O tom da apresentação de Blix
foi mais otimista que o adotado
em sua ida ao CS em 27 de janeiro. Ele afirmou que a capacidade
dos inspetores de buscar as armas
iraquianas melhorou com o uso
de helicópteros e aviões espiões,
entre outros equipamentos.
A seu ver, "o período de desarmamento por meio de inspeções
pode ser curto, caso haja cooperação imediata, ativa e incondicional com a Unmovic (Comissão de Monitoramento, Verificação e Inspeção da ONU) e a
AIEA".
EUA e Reino Unido ameaçam
atacar o Iraque. Sustentam que
Bagdá viola a resolução 1441 do
CS, que determina o seu desarmamento e prevê "sérias consequências" em caso de violação.
Com agências internacionais
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