UOL


São Paulo, sábado, 15 de fevereiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

França quer novo relatório em 1 mês

DA REDAÇÃO

França, Rússia e China, os três membros permanentes do Conselho de Segurança (CS) da ONU que se opõem a uma guerra imediata contra o Iraque, mantiveram ontem sua posição após a apresentação do relatório sobre as inspeções de armas e pediram mais tempo para que elas dêem o resultado esperado.
O chanceler francês, Dominique de Villepin, recebeu aplausos de alguns de seus colegas no CS ao afirmar que as inspeções "estão produzindo resultados" e que não há justificativa ainda para uma guerra contra o Iraque.
Ele recomendou a continuidade das inspeções e que os chefes dos inspetores, o sueco Hans Blix e o egípcio Mohamed El Baradei, apresentem um novo relatório no dia 14 de março.
"Não há justificativa para o uso da força agora. Há uma alternativa para a guerra: desarmar o Iraque com as inspeções", disse.
O chanceler russo, Igor Ivanov, afirmou que os inspetores "estão indo na direção certa". "Pode-se lançar mão da força, mas somente quando todos os outros remédios forem esgotados", disse. "Como podemos ver pela discussão de hoje [ontem", não chegamos ainda a esse ponto, e espero que não cheguemos", afirmou.
"As inspeções prosseguem sem percalços, com a cooperação dos iraquianos. Elas têm acesso sem impedimentos a todos os locais, inclusive os locais sensíveis."
A China pediu que as inspeções continuem para "descobrir a verdade" e que todos os esforços sejam feitos para evitar uma guerra.
"Somente quando passarmos pela linha de um acordo político poderemos verdadeiramente corresponder à confiança e à esperança que a comunidade internacional deposita no Conselho de Segurança", disse o chanceler chinês, Tang Jiauxuan, que pediu unidade no CS e ofereceu ajuda técnica aos inspetores.
A Alemanha, membro temporário do CS, sem direito a veto, defendeu que os inspetores tenham o tempo necessário para "completar a busca por armas de destruição em massa do Iraque". "As inspeções conseguiram alguns resultados", disse o chanceler alemão, Joschka Fischer. "Por que deveríamos agora suspendê-las? Pelo contrário, os inspetores devem ter o tempo de que precisem para completar suas tarefas."
A Espanha, também membro temporário do CS, foi uma das poucas vozes a apoiar a posição americana, ao afirmar que o Iraque não colabora com os inspetores e que a proposta de reforçar e continuar as inspeções seria "um sinal de debilidade" do CS. O México, assim como vários outros dos 15 membros do CS, optaram por não tomar uma posição clara.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Inspeção não pode se arrastar, diz Powell
Próximo Texto: Frases
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.