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Decreto de Saddam proíbe a produção ou a importação de armas químicas, biológicas e nucleares; EUA reagem com ceticismo
Bagdá promete à ONU "fazer todo o possível"
DA REDAÇÃO
O vice-primeiro-ministro do
Iraque, Tareq Aziz, disse ontem
que Bagdá pretende oferecer aos
inspetores de armas da ONU "toda a ajuda necessária" para demonstrar que não tem armas de
destruição em massa.
No mesmo dia, o ditador iraquiano, Saddam Hussein, baixou
um decreto em que bane a produção e a importação desse tipo de
armas -medida encarada com
ceticismo por Washington.
"Vamos fazer todo o possível
para ajudá-los [os inspetores" a
chegar à verdade sobre a ausência
de armas de destruição em massa", afirmou Aziz, em Roma, depois que o chefe dos inspetores de
armas da ONU, o sueco Hans
Blix, apresentou um relatório sobre a cooperação do Iraque.
O vice-premiê rejeitou a ajuda
da rede terrorista Al Qaeda caso
haja uma ação militar liderada pelos EUA no Iraque. "Não precisamos de nenhum apoio da Al Qaeda ou de qualquer outra fonte para defender nosso país. Nós temos
homens e mulheres valentes em
número suficiente entre os 25 milhões de iraquianos para defender
nosso país", disse.
Segundo ele, o Iraque está pronto para se defender de um ataque
norte-americano, mas não teria
condições de atacar outros países.
"Outros países que não compartilham do objetivo imperialista
[dos EUA" não deveriam participar da guerra", disse.
Aziz se reuniu ontem com o papa João Paulo 2º, que se opõe à
guerra. O Vaticano pediu que o
Iraque coopere com a ONU e disse que a reunião entre os dois teve
como objetivo analisar "o conhecido perigo de uma intervenção
armada no Iraque, o que acrescentaria grave sofrimento para
uma população que já experimenta longos anos de embargo".
"Caminho da paz"
O embaixador do Iraque na
ONU, Mohammed Aldouri, disse
no Conselho de Segurança que
seu país "escolheu o caminho da
paz". "Não estamos ao lado daqueles que querem o fracasso dos
trabalhos de inspeção. Queremos
encontrar soluções que satisfaçam a comunidade internacional", afirmou Aldouri, que negou
que o Iraque tenha planos para
explodir poços de petróleo em seu
território. Para ele, isso faria parte
de uma "sinfonia de propaganda"
dos EUA.
Decreto contra armas
Saddam baniu formalmente armas nucleares, químicas e biológicas do Iraque ontem, atendendo
a uma exigência da ONU. O decreto proíbe a produção ou a importação de armas químicas, biológicas e nucleares e de todos os
materiais usados para fazê-las.
"Todos os ministérios deveriam
implementar esse decreto e adotar quaisquer medidas necessárias para punir os infratores", diz
o decreto. A Casa Branca disse
que a medida devia ter sido adotada mais de uma década atrás.
Saddam disse que, se atacado, o
Iraque se defenderá "com espírito
de fé e guerra santa"
Com agências internacionais
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