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Lula quer frente sul-americana antiguerra
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva iniciou mobilização para
formar uma frente sul-americana
contrária a uma eventual ação
americana no Iraque.
Lula conversou por telefone ontem com os presidentes Eduardo
Duhalde (Argentina), Ricardo Lagos (Chile) e Lúcio Gutierrez
(Equador). Propôs a eles que fosse agendada para os próximos
dias uma reunião de chanceleres
sul-americanos, para discutir o
impacto econômico de um conflito e tirar posição comum em defesa de uma saída negociada.
"As consequências de uma
guerra podem ser muito mais
perversas do que já vêm sendo. O
presidente Lula quer discutir o
que os países sul-americanos poderiam fazer para ajudar a evitar
um conflito", disse o porta-voz de
Lula, André Singer.
Em sua ofensiva diplomática,
Lula conversou ainda com o presidente francês, Jacques Chirac.
Lula manifestou solidariedade às
declarações conjuntas dele e do
chanceler (premiê) alemão, Gerhard Schröder, de defesa de mais
tempo para que os técnicos da
ONU tenham mais tempo para
trabalhar no Iraque.
Há ainda a possibilidade, de
acordo com o assessor especial
Marco Aurélio Garcia, de que Lula mantenha um contato telefônico com o presidente dos EUA,
George W. Bush, para explicitar a
posição brasileira.
A mobilização se encaixa no
perfil mais ativo que o presidente
defende para a diplomacia brasileira, em que o primeiro passo foi
a iniciativa de formar o Grupo de
Amigos da Venezuela.
Na reunião proposta por Lula
também seria discutida a formação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas). "As condições serão melhores se os países
da América do Sul puderem estabelecer uma plataforma comum",
afirmou Singer. Outras questões a
serem discutidas seriam as crises
na Venezuela e na Colômbia.
O presidente também enviou
uma carta ao secretário-geral da
ONU, Kofi Annan, sugerindo que
ele convide as partes em conflito
na Colômbia para negociar. Anteontem, Garcia fez as primeiras
críticas públicas ao plano apoiado
pelos EUA para combater a guerrilha e o tráfico da Colômbia.
(LEILA SUWWAN E FÁBIO ZANINI)
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