São Paulo, domingo, 15 de fevereiro de 2004

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IRAQUE OCUPADO

Foram atingidos um campo da Defesa Civil, o gabinete do prefeito e um quartel; dezenas de presos fugiram

Atentados deixam 22 mortos em Fallujah

DA REDAÇÃO

Pelo menos 22 pessoas morreram e outras 35 ficaram feridas na manhã de ontem em um ataque coordenado contra três alvos do governo iraquiano, em Fallujah, a 50 km a oeste de Bagdá.
O chefe de polícia da cidade, Aboud al Dulaimi, afirmou que foram lançados cerca de 70 foguetes e morteiros contra um quartel da polícia, o que facilitou a fuga de dezenas de prisioneiros. Também foram atacados um campo da Defesa Civil e o gabinete do prefeito.
Segundo a polícia e os hospitais, 14 policiais, 4 rebeldes e 4 civis foram mortos nos ataques, estes últimos vítimas de uma série de atentados contra as forças de segurança, que os rebeldes consideram favoráveis aos EUA.
"Homens desconhecidos dispararam morteiros, lançaram explosivos a partir de quatro direções distintas. Suas armas eram mais poderosas que nossas Kalashnikovs", disse o policial Earazan Abu Issa, que não estava no quartel quando houve o ataque.
Os atentados de ontem indicam um crescimento de ataques rebeldes contra a coalizão liderada pelos EUA e as forças iraquianas.
Na última quinta-feira, o general John Abizaid, chefe do Comando Central Americano, escapou por pouco de um ataque no campo da Defesa Civil de Fallujah. A região, que inclui, além de Fallujah, cidades como Tikrit e Samarra, é um foco de resistência do regime deposto.
Desde abril do ano passado, a insurgência já matou mais de 600 policiais e membros das forças de segurança do Iraque, numa tentativa de minar os esforços norte-americanos para que os próprios iraquianos passem a controlar a segurança do país.
Os ataques de ontem ocorreram em uma das semanas mais sangrentas no Iraque desde que as forças lideradas pelos EUA depuseram Saddam Hussein, em abril.
Dois atentados suicidas mataram pelo menos cem iraquianos. Emboscadas realizadas pelos rebeldes deixaram três soldados americanos mortos.
Os rebeldes leais a Saddam e guerrilheiros não-iraquianos estão tentando desencorajar os iraquianos a apoiarem as forças de ocupação. As tropas norte-americanas permanecem, porém, o alvo primordial dos ataques, que podem ter amplas implicações políticas para o presidente George W. Bush em ano de eleições presidenciais nos EUA.
Um policial militar americano também foi morto em um subúrbio de Bagdá, na quinta-feira. Foi o 375º soldado americano a morrer em combate desde que os EUA e seus aliados invadiram o Iraque em março do ano passado.
Mas, enquanto a violência continua quase um ano após a invasão das forças aliadas, prosseguem os esforços diplomáticos para forjar uma ordem política estável pós-ocupação.
Os EUA pretendem repassar a soberania do país a um governo de transição no início de julho.

Saddam
A Cruz Vermelha poderá visitar o ex-ditador Saddam Hussein em breve, segundo o presidente da instituição, Jakob Kellenberger.


Com agências internacionais


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