São Paulo, sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

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SUCESSÃO NOS EUA / UNIÃO REPUBLICANA

Romney anuncia apoio a McCain

Ex-governador de Massachusetts pode transferir delegados e credenciais conservadoras ao ex-rival

Democrata Hillary Clinton promete medidas radicais para recuperar vantagem; em fala ontem, ela disse que rival só oferece discursos

Gerald Herbert/Associated Press
Veteranos escutam fala de John McCain em Vermont; o líder na disputa pela candidatura dos republicanos nos EUA ganhou apoio de Mitt Romney

DA REDAÇÃO

A disputa republicana para definir o candidato à eleição de novembro chegou mais perto do fim ontem, quando o senador John McCain, que lidera com folga o cenário, recebeu o apoio de seu ex-rival Mitt Romney. Romney saiu da corrida no último dia 7, depois de conquistar 286 delegados em prévias republicanas.
O destino desses delegados varia agora dependendo das regras de seus Estados de origem. Mas o ex-pré-candidato os estimulará a votar em McCain e, se todos seguirem a indicação, o senador pelo Arizona já terá 1.087 votos -quase alcançando os 1.191 necessários para se tornar o candidato do partido, sem contar os "delegados livres", que votam em quem quiserem na convenção republicana, marcada para setembro.
O segundo colocado na disputa, o ex-governador do Arkansas Mike Huckabee, tem hoje 214 delegados simples, segundo a contagem da CNN.
O apoio de Romney traz um segundo benefício, mais importante, para McCain: oferece a chance de validação conservadora. Romney dividiu com Huckabee a maioria esmagadora dos votos dos eleitores que se consideram "muito conservadores" no partido -os quais tendem a rejeitar McCain por suas posições independentes nas áreas social e fiscal.
Enquanto disputou a candidatura, Romney usava essa rejeição para tentar superar McCain. Agora o senador poderá absorver parte do prestígio conservador do ex-rival.

Disputa incendiária
Do lado democrata, o cenário permanece complicado. Depois de sete derrotas consecutivas em prévias, a campanha da senadora democrata Hillary Clinton promete adotar táticas radicais para conquistar o voto de mais delegados na convenção partidária, em agosto, afirma o "New York Times".
Até os discursos mudaram de tom e se tornaram mais agressivos. Ontem, em uma fábrica da General Motors em Ohio, ela acusou o rival Barack Obama de não ter substância nem experiência. "Essa é a diferença entre nós. Meu rival faz discursos. Eu ofereço soluções."
"Vocês já ouviram muitas promessas. Mas discursos não põem comida na mesa", disse.
Outros "passos incendiários" que assessores da ex-primeira-dama estudam incluem pressionar a direção do Partido Democrata a aceitar os resultados das prévias em Michigan e na Flórida, que ela venceu.
Os dois Estados perderam o direito de enviar delegados à convenção nacional democrata, em agosto, por terem antecipado suas prévias sem autorização da direção partidária.
McCain também criticou Obama, afirmando que o senador defende um plano econômico elevaria impostos.
Ainda ontem, foi oficializada a vitória de Hillary na primária do Novo México: ela teve 73.105 votos e Obama, 71.396.


Com agências internacionais


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