|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Livro tenta desvendar gosto dos estrangeiros
de Paris
Para entender os problemas com
a recepção de estrangeiros no país,
a Secretaria do Turismo da França
fez uma pesquisa com os turistas
que visitam a França. A enquête é
separada por nacionalidade e define o perfil de cada turista, com detalhes do tipo: "O que come no
café da manhã". Os turistas também são convidados a indicar o
que mais gostam e o que menos
gostam na França.
"Tivemos de nos render às evidências: o francês não é a pessoa
mais simpática do mundo", diz o
responsável pela campanha,
Jean-Charles Petitpierre.
A pesquisa virou um livrinho:
uma bíblia para os donos de hotel,
restaurante e outros estabelecimentos turísticos, porque também traz as traduções fonéticas
das principais saudações no idioma requerido.
"Estamos tentando ensinar o civismo, princípios que aprendemos na escola", diz Petitpierre.
Brasileiros
Os turistas brasileiros, por
exemplo, deploram a falta de higiene e a recepção dos franceses
(veja quadro acima). No capítulo
reservado a eles está indicado que
a toalha de banho deve ser trocada
todos os dias.
"Fizemos um guia de usos e costumes para conhecer e acolher os
turistas estrangeiros. Tentamos
abarcar as expectativas dos diversos turistas, o que leva um certo
tempo", diz Petitpierre.
Outros idiomas
Mesmo se o tom cortês já está
prevalecendo, os franceses continuam com dificuldades para se expressar em outro idioma.
"O problema das línguas é um
fenômeno novo. A França foi durante muito tempo um país colonizador, o francês era falado nas
Américas, na África e na Ásia",
afirma Petitpierre.
Outra explicação é que os franceses viajam muito pouco para o
exterior (apenas 15% deles), e,
portanto, não sentem necessidade
de aprender outro idioma. "Nosso próximo alvo serão as línguas",
diz o organizador da campanha.
Mesmo assim, o chauvinismo
prevalece: "Os turistas podem
considerar que não somos muito
simpáticos, somos esnobes e que
não falamos muitas línguas, mas o
fato é que todo o mundo vem aqui
e todos nos invejam", afirma Sébastien Renner, garçom do bar Le
Petit Paris. (MC)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|