São Paulo, domingo, 15 de fevereiro de 1998

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Livro tenta desvendar gosto dos estrangeiros

de Paris

Para entender os problemas com a recepção de estrangeiros no país, a Secretaria do Turismo da França fez uma pesquisa com os turistas que visitam a França. A enquête é separada por nacionalidade e define o perfil de cada turista, com detalhes do tipo: "O que come no café da manhã". Os turistas também são convidados a indicar o que mais gostam e o que menos gostam na França.
"Tivemos de nos render às evidências: o francês não é a pessoa mais simpática do mundo", diz o responsável pela campanha, Jean-Charles Petitpierre.
A pesquisa virou um livrinho: uma bíblia para os donos de hotel, restaurante e outros estabelecimentos turísticos, porque também traz as traduções fonéticas das principais saudações no idioma requerido.
"Estamos tentando ensinar o civismo, princípios que aprendemos na escola", diz Petitpierre.
Brasileiros
Os turistas brasileiros, por exemplo, deploram a falta de higiene e a recepção dos franceses (veja quadro acima). No capítulo reservado a eles está indicado que a toalha de banho deve ser trocada todos os dias.
"Fizemos um guia de usos e costumes para conhecer e acolher os turistas estrangeiros. Tentamos abarcar as expectativas dos diversos turistas, o que leva um certo tempo", diz Petitpierre.
Outros idiomas
Mesmo se o tom cortês já está prevalecendo, os franceses continuam com dificuldades para se expressar em outro idioma.
"O problema das línguas é um fenômeno novo. A França foi durante muito tempo um país colonizador, o francês era falado nas Américas, na África e na Ásia", afirma Petitpierre.
Outra explicação é que os franceses viajam muito pouco para o exterior (apenas 15% deles), e, portanto, não sentem necessidade de aprender outro idioma. "Nosso próximo alvo serão as línguas", diz o organizador da campanha.
Mesmo assim, o chauvinismo prevalece: "Os turistas podem considerar que não somos muito simpáticos, somos esnobes e que não falamos muitas línguas, mas o fato é que todo o mundo vem aqui e todos nos invejam", afirma Sébastien Renner, garçom do bar Le Petit Paris. (MC)



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