São Paulo, sábado, 15 de março de 2008

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Uso de verbas complica caso de governador

Eliot Spitzer pode ter usado fundos de campanha para pagar por prostitutas

Governador de NY nega, mas procuradores já estão investigando origem de pagamentos feitos por sexo; ele deixa o cargo segunda

DA REDAÇÃO

Procuradores federais estão investigando se o governador de Nova York, o democrata Eliot Spitzer, usou fundos de campanha para pagar por encontros com prostitutas, informou ontem o "New York Times". Spitzer anunciou a renúncia, efetiva na próxima segunda, há três dias, depois de se tornar protagonista de um escândalo sexual por envolvimento com a rede de prostitutas de luxo Emperors Club VIP.
Spitzer ainda não foi denunciado. Se houver indícios de que fundos de campanha ou públicos foram usados para pagar encontros, hotéis ou transporte relacionados à prostituição, a investigação sobre o caso será mais abrangente, pois é ilegal usar verba desse tipo para despesas pessoais.
O governador foi eleito em 2006 e já buscava doações para tentar a reeleição em 2010. Segundo o "Times", procuradores questionaram os advogados do governador sobre o pagamento para três viagens suspeitas. Spitzer, casado e com três filhas, teve uma conversa gravada por grampos telefônicos confirmando o plano de levar a prostituta Ashley Alexandra Dupre, conhecida como Kristen, de Nova York para o sofisticado hotel Mayflower, em Washington, em fevereiro.
Está sob investigação também o uso de carros oficiais para viagens a Washington. Spitzer disse a assistentes que usou prostitutas apenas nos últimos oito meses e que nunca gastou dinheiro de campanha ou público com essa finalidade, diz o "Times". Mesmo assim, seus advogados estão verificando os fundos com um especialista em verba de campanha que trabalha para sua organização.
Há ainda mais duas possibilidades de denúncias contra Spitzer no caso. A primeira seria pela violação de uma lei de 1910 que proíbe, entre outros, transportar pessoas entre Estados para prostituição. A outra seria devido a transações financeiras irregulares -detonadoras da investigação. O governador teria dividido pagamentos que excediam US$ 10 mil em partes menores para evitar declarações à receita.


Com agências internacionais


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