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Deportada, cafetina brasileira relata abusos
DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK
Apontada como informante
do FBI no escândalo que derrubou o governador de Nova
York, a prostituta e cafetina
brasileira Andréia Schwartz,
33, diz que teve dinheiro roubado por policiais americanos,
que foi maltratada na prisão e
que está muito aliviada por voltar, enfim, ao Brasil.
As informações foram ditas à
Folha, por telefone, por Joseph
(que revelou o sobrenome), que
acompanhava a capixaba ontem, quando era previsto que
ela embarcasse para São Paulo
em vôo da companhia aérea
American Airlines, em cumprimento à sua sentença de deportação, proferida no dia 5 de
março.
Da capital paulista, Andréia
seguiria para Vitória (ES). Sua
mãe mora em Vila Velha.
"Roubaram dinheiro dela.
Tiraram dinheiro da bolsa dela", disse Joseph, sem confirmar a informação, apurada pela
Folha, de que eles namoram.
Quem roubou? A polícia?
"Sim! Eles roubaram muito dinheiro. Trataram ela muito
mal porque ela era brasileira.
Ela foi maltratada na prisão",
diz o rapaz na conversa, em inglês. Ele se recusou a revelar
outros detalhes.
Schwartz estava presa desde
junho de 2006. Ela foi condenada por posse de drogas, lavagem de dinheiro e exploração
de prostituição. Antes, ela
mantinha seu negócio de cafetinagem de luxo em um apartamento de US$ 1,2 milhão em
Manhattan e tinha na clientela,
segundo declarou na Justiça,
grandes executivos como Wayne Pace, da Time Warner.
A conexão da capixaba com o
escândalo foi o Emperors Club
VIP, onde ela havia trabalhado
anos antes. Na quinta-feira,
uma reportagem do jornal sensacionalista "New York Post"
relatou que Schwartz foi informante do FBI na investigação
sobre a rede. Ela contou, diz o
jornal, que a casa de prostituição tinha como fachada uma
empresa chamada Qat Consulting, para a qual o governador
democrata Eliot Spitzer fez
transferências irregulares estimadas em até US$ 80 mil.
Um programa com as garotas
do Emperors custava de US$
1.000 a US$ 5.500. A prostituta
Ashley Alexandra Dupre, 22,
costumava viajar de Nova York
a Washington exclusivamente
para se encontrar com o Spitzer, que renunciou ao cargo depois que esse quebra-cabeça
veio à tona.
Informante
Sobre a possibilidade de
Schwartz ter sido informante
no caso, Joseph não nega nem
confirma a informação. "Não
sei ainda o que ela dirá sobre isso. Pergunte para ela quando
ela voltar ao Brasil."
Sobre o retorno ao Espírito
Santo, ele diz: "Ela está muito
feliz. Muito feliz mesmo. A mãe
dela está muito feliz por saber
que ela vai voltar."
Joseph também afirma que
Schwartz está magoada com a
imprensa americana, pelo tratamento que foi dado a ela em
sua prisão, em 2006, e na divulgação de que ela foi informante
do FBI. "Tem muitos jornalistas maus aqui", disse ele.
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