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Câmara dos EUA aprova nova lei sobre escutas
Presidente Bush já anunciou que vetará a medida
DA REDAÇÃO
Na primeira sessão secreta
em 25 anos, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, dominada pela oposição
democrata, aprovou ontem
-por 213 votos a favor e 197
contra- um projeto de lei que
permite que companhias telefônicas sejam processadas por
fornecer ao governo dados sobre escutas a cidadãos comuns
sem pedido judicial.
Mas o texto, que pretendia
enquadrar as drásticas medidas
de segurança impostas pela Casa Branca após os atentados de
setembro de 2001, deve ser vetado pelo presidente George W.
Bush, sob pretexto de que sua
adoção prejudicaria o esforço
das autoridades na luta contra
ameaças terroristas.
"Este voto não terá nenhum
impacto", disse o republicano
Roy Blunt, numa referência ao
provável veto de Bush.
O texto aprovado na Câmara
contradiz outra versão que já
circula no Senado e pretende
dar imunidade legal a empresas
telefônicas que, a pedido do governo americano, participaram
do programa de escutas no país.
A dificuldade em harmonizar
os dois projetos de lei sinaliza
que o debate sobre privacidade
e segurança nacional deve se
alastrar por semanas.
Há pelo menos 40 processos
tramitando na Justiça americana contra companhias telefônicas por violação da privacidade.
As acusações serão avaliadas
por um juiz federal, mas o governo vem se recusando a fornecer os documentos que justificaram as escutas.
Bush disse anteontem por
que pretende vetar o projeto de
lei. "As companhias que nos
ajudaram a salvar vidas deveriam contar com nosso agradecimento por seus serviços patrióticos, e não estar submetidas a processos multimilionários, que farão com que estejam
menos dispostas a colaborar no
futuro."
A última vez em que a Câmara dos EUA tinha votado uma
lei a portas fechadas aconteceu
em 1983, quando foi debatida a
ajuda aos grupos contra-revolucionários na Nicarágua.
Com agências internacionais
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