São Paulo, terça-feira, 15 de março de 2011

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BC japonês dá choque de US$ 245 bi na economia

Megapacote para sistema financeiro visa estimular o crédito e a liquidez

Bolsa de Tóquio sofre a maior queda em 2 anos, de 6,2%; a recuperação econômica do país deve sofrer atraso de 6 meses

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Frente a uma das piores tragédias naturais a devastar o país, o Banco Central japonês apelou ontem a uma receita clássica para estimular economias: ofereceu dinheiro farto a custo muito baixo aos bancos, na esperança de manter o fluxo do crédito para empresas e consumidores.
O BC do Japão realizou ontem injeção de 15 trilhões de ienes (cerca de US$ 184 bilhões, ou o dobro da receita do governo paulista) no sistema financeiro, prometendo ainda mais. E, já hoje, anunciou mais US$ 61 bilhões.
E manteve a taxa básica de juros do país em torno de 0,10%, sem evitar, porém, derrocada quase generalizada dos mercados mundiais.
Somente a Bolsa japonesa derreteu 6,2%, o seu maior tombo diário em mais de dois anos. As demais Bolsas, no melhor dos casos, tiveram ganhos moderados, a exemplo de Hong Kong (0,41%).
Até o fechamento deste edição, a Bolsa registrava queda de 7% nesta terça.
Em Paris, Londres e Frankfurt, os ativos se desvalorizaram entre 0,9% e 1,6%, enquanto na praça de Nova York a Bolsa cedeu 0,4%.
A brasileira Bovespa quase seguiu pelo mesmo caminho, mas fechou em alta de 0,7%, pois investidores julgaram que algumas das multinacionais brasileiras devem ser favorecidas pelos efeitos do desastre natural sobre as concorrentes.
O terremoto e o tsunami também foram catastróficos para o sistema portuário, com prejuízos estimados em US$ 3,4 bilhões diários.
"O impacto de curto prazo na atividade econômica poderá ser até maior do que o terremoto de Kobe [em 95]", disse o analista Jiyun Konomi, do banco japonês de investimentos Nomura.
Essa instituição financeira avalia que o início da recuperação econômica do país, prevista para o segundo trimestre, deve sofrer um atraso de seis meses com a tragédia.
Por enquanto, o desastre ainda não colocou sob suspeição a capacidade da terceira maior economia mundial em honrar suas dívidas.
A agência de classificação de risco Moody"s considerou que a nação asiática deve absorver o choque no longo prazo . "Em geral, economias mais desenvolvidas demonstraram ser capazes de fazer frente às catástrofes", disse o analista Thomas Byrne, segundo a Kyodo News.


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