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Frequência e força de abalos não aumentaram, dizem sismólogos
DA REDAÇÃO
Especialistas do Brasil e dos
EUA ouvidos pela Folha afirmam que os fortes terremotos
deste ano não estão relacionados e não representam aumento nem de frequência nem de
intensidade. Para eles, a maior
atenção ao assunto se dá pelo
fato de os abalos terem ocorrido em áreas populosas e deixado muitos danos e mortes.
"Os terremotos não estão
mais frequentes, as médias a
longo prazo seguem constantes. O período atual é movimentado, mas não é anormal",
diz Don Blakeman, há 14 anos
geofísico do Serviço Geológico
dos EUA. Em média, segundo o
instituto, ocorrem no mundo
16 terremotos com magnitude
igual ou superior a 7 todos os
anos. Desde abril de 2009, foram 18. Só em 1943, foram 32.
"No passado, muitos abalos
menores não eram registrados.
Mas os grandes eram, e estão
constantes. Muitas pessoas podem avaliar o aumento das notícias sobre o assunto, mas isso
indica só que há mais interesse,
melhor comunicação."
"Os terremotos estão acontecendo em lugares diferentes,
placas diferentes", concorda o
professor Lucas Vieira Barros,
do Observatório Sismológico
da UnB. "Neste ano, grandes
terremotos atingiram regiões
importantes e deixaram danos
significativos, em especial no
Haiti, um país sem mecanismo
de defesa. No caso da China,
existe um histórico de graves
danos por terremotos. É um
país de alta sismicidade e alta
densidade populacional."
O professor destaca que o aumento global da população leva
as pessoas cada vez mais para
perto de fontes sísmicas.
Os dois especialistas lamentam que terremotos não possam ser previstos. "É frustrante que possamos fazer tantas
coisas, e não isso. Mas a maioria das coisas que podem ser
previstas, como o clima, têm
condições prévias que mudam.
Uma tempestade, por exemplo,
derruba a pressão atmosférica.
Mas nunca encontramos um
fator confiável ligado a terremotos", diz o americano. "Sem
pressupostos, não há previsões."
(GABRIELA MANZINI)
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