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"EIXO DO MAL"
Europa propõe trocar benefícios pelo fim do enriquecimento de urânio, mas Teerã recusa deixar plano que diz pacífico
Irã rejeita oferta da UE para questão nuclear
DA REDAÇÃO
O Irã afirmou que rejeitará
qualquer exigência para parar o
que chama de "trabalho nuclear
pacífico", um dia após ministros
do Exterior europeus discutirem
incentivos e penalidades a serem
aplicadas às ambições atômicas
iranianas.
Ontem, os EUA reiteraram que
não estão dispostos a discutir diretamente com o Irã o programa
nuclear do país, o qual acusam de
ter fim bélico, e afirmaram que a
ONU é o melhor órgão para analisar este assunto.
"Por enquanto, o âmbito de discussão é o Conselho de Segurança
da ONU, onde a comunidade internacional, em seu conjunto, incluindo os EUA, pode indicar claramente ao Irã o que deve ser feito", disse Steve Hadley, conselheiro de Segurança Nacional da presidência norte-americana.
Os ministros europeus têm encontro marcado para hoje em que
devem debater questões técnicas
e acordos políticos a serem oferecidos ao Irã em troca de o país agir
para amenizar os temores do Ocidente de que esteja tentando produzir uma bomba atômica.
O Irã, que é o quarto maior exportador mundial de petróleo,
afirma que seus planos nucleares
estão restritos aos campos energético e científico, e que não desistirá do enriquecimento de urânio
-que pode servir tanto para produzir combustível quanto para
desenvolver armas.
"Qualquer proposta que nos
obrigue a parar nossas atividades
nucleares pacíficas não terá valor", disse o presidente iraniano,
Mahmoud Ahmadinejad, em discurso no canal de TV estatal.
Ele acusou os europeus de viverem em um "mundo colonialista"
e disse que Teerã não aceitará as
decisões rechaçadas em Bruxelas.
"Se eles quiserem decidir algo que
diz respeito a nós em um local onde não estamos presentes, então
suas decisões não terão validade
legal", disse Ahmadinejad.
Washington e seus aliados europeus pretendem passar pelo
Conselho de Segurança da ONU
uma resolução que obrigue o Irã a
parar o enriquecimento ou enfrentar possíveis sanções.
Com poder de veto no CS, Rússia e China, que têm interesses
energéticos no Irã, resistem a se
posicionar. Washington concordou em deixar que o Reino Unido, a França e a Alemanha ofereçam um pacote de benefícios ao
Irã em troca de o país cooperar e
deixar de lado sua resolução. "A
ajuda veio juntamente com um
pacote muito atraente, para dificultar a recusa do governo iraniano", disse um porta-voz do grupo
apelidado de UE3.
Em uma versão preliminar do
documento que deverá ser divulgada hoje na reunião dos representantes europeus, obtida pela
agência Reuters, o grupo afirma
estar pronto para contribuir com
o desenvolvimento seguro e sustentável de Teerã. Além disso, esperava uma garantia de não-proliferação do programa nuclear,
além de insistir na suspensão do
enriquecimento de urânio.
Mortes
Rebeldes armados, pertencentes a um grupo sunita, mataram
doze pessoas no sudoeste do Irã
na noite de anteontem. As vítimas, que ocupavam quatro veículos, foram encontradas em um
fosso, com mãos e pés amarrados.
Um garoto de dez anos conseguiu
se salvar. A autoria do ataque foi
reivindicada, por telefone, pelo
grupo Soldados de Alá.
Com agências internacionais
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