São Paulo, terça-feira, 15 de maio de 2007

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VENEZUELA

Chávez faz jogo de palavras ao trocar RCTV

FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS

Sai a emissora RCTV, entra a Teves. Esse é o plano do presidente Hugo Chávez para o espaço do canal 2 a partir do dia 28, data anunciada para o fim das transmissões do canal opositor, cuja concessão não foi renovada pelo governo venezuelano.
Teves, que pode ser traduzido como "você se vê", é a abreviação para Fundação Televisora Venezuelana Social. Mas a sigla também faz trocadilho com o slogan "RCT... Vas", parte da intensa campanha chavista das últimas semanas para defender o fechamento, rejeitado por 69% da população, segundo o instituto Datanálisis.
Segundo o governo, a Teves não terá como função produzir conteúdo, mas administrar o uso do espaço. Os novos programas estarão sob a responsabilidade de entidades públicas ou privadas, como universidades.
"Antes de tudo, será uma programação diversificada. Incluiremos documentários nacionais e internacionais (...), e séries dramáticas de capítulos curtos", disse Luisana Colomine, diretora de Políticas Públicas do Ministério da Comunicação (Minci).
"A Venezuela precisa de TV pública", disse à Folha Andrés Cañizález, da Universidade Católica Andrés Bello. "Mas a grande pergunta que me faço é por que não se faz serviço público com os canais que o Estado já tem, a VTV, a Vive TV, a Asamblea Nacional, a Telesur? Por que a TV de serviço público é pensada tirando do ar um canal crítico do governo?"


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