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IRÃ NA MIRA
Para o chefe da AIEA, Teerã tem de revelar a extensão de seu programa nuclear; EUA pressionam a agência a fixar prazo
Agência nuclear da ONU exige que o Irã coopere já
DA REUTERS
O Irã não está cooperando plenamente com os inspetores da
ONU e precisa revelar a extensão
total de seu programa nuclear, declararam ontem o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohammed el Baradei, e o governo dos EUA.
El Baradei disse que a cooperação do Irã tem sido "menos do
que satisfatória" e avisou que não
será possível esperar para sempre
para que sejam esclarecidas questões como a atividade do país no
enriquecimento de urânio.
Suas palavras foram ecoadas
por Washington, que acusa o Irã
de desenvolver armas sob a cobertura de um programa de energia atômica civil. "O Irã precisa
declarar suas atividades claramente e respeitar seus compromissos internacionais", disse o
porta-voz da Casa Branca, Scott
McClellan. "Essas são preocupações compartilhadas pela comunidade internacional. Não há razão pela qual eles precisem de
programa nuclear."
Teerã nega ter ambições de desenvolver armas nucleares e diz
que seu interesse consiste apenas
na geração de energia.
Diplomatas disseram que os
EUA estão pressionando a AIEA a
fixar um prazo para que o Irã coopere. Isso pode preparar o terreno
para um debate no Conselho de
Segurança da ONU, o que poderia
resultar em futuras sanções caso o
Irã não cumpra o prazo.
Os comentários de El Baradei
deixaram claro que o Irã precisa
parar de adiar e mudar as respostas que apresenta. "Ainda temos
um problema central: o de saber
se o Irã já declarou todas as atividades de enriquecimento de urânio", disse El Baradei, exigindo
uma "cooperação acelerada".
Um diplomata de um dos 35
países representados no conselho
de diretores da AIEA disse ter ficado surpreso com a contundência de El Baradei: "O discurso foi
severo. Foi sério".
Segundo El Baradei, as informações de Teerã têm sido "diferentes
em diferentes momentos e, às vezes, contraditórias".
O Irã quer que a AIEA lhe dê
crédito pelas informações que já
revelou até agora e declarou que,
se não receber o reconhecimento
devido, isso poderá afetar sua
cooperação futura.
O delegado sênior do Irã na
agência, Hossein Mousavian, disse a jornalistas que o Irã está dando "cooperação plena".
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