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CAXEMIRA
Islamabad também condenou o ataque separatista de sábado, que já deixou 27 mortos
Índia acusa Paquistão de inspirar massacre
DA REDAÇÃO
Depois de semanas de relativa
calma, a Índia dirigiu sua raiva
novamente contra o vizinho Paquistão e os separatistas islâmicos, culpando-os pelo massacre
de 27 civis indianos -a maior
parte composta por mulheres e
crianças- ocorrido no sábado
em um templo de Jammu, a capital de inverno do Estado de Jammu-Caxemira (Índia).
Outros 28 ficaram feridos, dez
ainda em estado crítico.
"Quanto tempo suportaremos
isso?", perguntou o ministro do
Interior da Índia, Lal Krishna Advani, enquanto visitava o bairro
de Qasimnagar, na periferia de
Jammu, local do massacre.
Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pela autoria do
atentado.
Na base da colina da qual os militantes fortemente armados
emergiram, milhares de moradores da região, de punhos fechados,
gritavam slogans irados contra o
Paquistão e contra seu próprio
governo enquanto se aglomeravam em torno dos políticos que
visitavam o local do massacre.
O ataque de anteontem teve início quando militantes separatistas
islâmicos disfarçados de sacerdotes indianos lançaram granadas e
abriram fogo em um templo localizado em uma região densamente povoada de Jammu.
Foi o pior ataque ocorrido na
Caxemira desde maio passado,
quando uma ação suicida a um
ônibus e a um quartel do Exército
indiano deixou 35 mortos. À época a Índia havia atribuído o atentado a três separatistas muçulmanos de origem paquistanesa.
Os rebeldes têm combatido as
forças indianas desde 1989, naquilo que chamam de "luta pela liberdade" para retirar a Caxemira,
de maioria muçulmana, do controle indiano e anexá-la ao Paquistão, também islâmico.
"Mulheres e crianças não são alvos em uma luta pela liberdade",
rebateu ontem Advani.
"Está claro que tudo isso ocorreu com a inspiração do Paquistão. Foi um ataque repulsivo", havia dito pouco antes o ministro
das Relações Exteriores, Yashwant Sinha. Mas o governo da Índia só deve anunciar hoje uma
posição oficial sobre o episódio.
Em nota, o governo de Islamabad também condenou o ataque.
"Condenamos o assassinato dos
civis e os ferimentos causados a
vários outros."
Ontem o secretário de Estado
dos EUA, Colin Powell, condenou
o ataque de sábado, praticado, segundo ele, por "gângsteres terroristas" que buscam incendiar as
relações entre Índia e Paquistão.
Powell inicia no final deste mês
uma viagem à Ásia e deve incluir
os dois países em sua agenda.
A disputa pela Caxemira está no
centro das últimas cinco décadas
de hostilidades entre Índia e Paquistão, que já travaram duas
guerras pelo controle do território. Os dois têm cerca de 1 milhão
de soldados na fronteira.
Com agências internacionais
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