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França deve aprovar hoje lei para comércio abrir aos domingos
Medida, impulsionada por Sarkozy, visa aquecer a economia, mas enfrenta dura resistência popular
DO "FINANCIAL TIMES"
Quando Michelle Obama visitou a França, no mês passado,
Nicolas Sarkozy ficou indignado por ela não ter podido sair às
compras com suas filhas no domingo. O presidente francês
não considerou normal que tivesse de fazer telefonemas para
conseguir que algumas lojas
abrissem as portas. "Como explicar que somos o único país
no qual as lojas ficam fechadas
no domingo?", questionou.
Isso não é inteiramente verdade. Os mercados ficam abertos nas manhãs de domingo,
em toda a França, e as lojas em
regiões turísticas também.
Muitas das lojas menores também abrem as portas.
Sarkozy exagerou o sofrimento do consumidor francês
com motivo. Afinal, ele vem batalhando para liberalizar o comércio dominical e abolir as
restrições impostas por uma lei
de 1906 que definiu o domingo
como dia de repouso.
A expectativa é que o Legislativo aprove hoje um projeto de
lei que relaxaria as restrições ao
comércio dominical. Seis meses atrás, o Legislativo rejeitou
uma versão anterior do projeto
diante da oposição não só da esquerda mas de muitos correligionários de Sarkozy.
Para que o novo projeto seja
aprovado, foram excluídas
muitas cláusulas substanciais.
Os funcionários não poderão
ser forçados a trabalhar no domingo, e aqueles que o fizerem
receberão o dobro do pagamento por hora trabalhada. O comércio ficará limitado a um número mais elevado de áreas turísticas e a certas zonas comerciais das grandes cidades.
Sarkozy argumenta que a
economia será estimulada pelo
sétimo dia de comércio. A medida poderá criar até 15 mil empregos. Por fim, se enquadraria
à sua filosofia de que as pessoas
deveriam ser encorajadas a trabalhar mais para ganhar mais.
No entanto, em uma recente
pesquisa de opinião pública
55% dos franceses entrevistados continuam a combater o relaxamento da lei, e 57% disseram que se recusariam a trabalhar no domingo, se solicitados.
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