São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 2011

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Tabloide pode ter grampeado primo de Jean Charles

Número de celular estava entre pertences de detetive particular que fazia escutas para o "News of the World"

Nos EUA, o FBI abriu inquérito para saber se profissionais do grupo grampearam vítimas do 11 de Setembro

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
DE BELO HORIZONTE


Um primo do brasileiro Jean Charles de Menezes, que foi morto a tiros pela polícia britânica por engano em uma estação de metrô de Londres em 2005, pode ser uma das milhares de pessoas que tiveram os celulares monitorados por repórteres do tabloide britânico "News of the World".
Repatriado um ano e meio atrás por não ter tido o seu visto renovado, Alex Pereira, 33, que agora vive na cidade de Gonzaga (MG), soube da suspeita de grampo na semana passada, por meio de um amigo de Londres.
Policiais britânicos confirmaram anteontem que o número de Pereira está entre os muitos achados com um detetive particular que realizava as escutas para o "NoW".
Agora, telefones de outros familiares e amigos que participaram da campanha pela investigação da morte de Jean estão sendo levantados.
Em nota, a campanha, chamada Justice4Jean, afirmou que os familiares de Jean estão "estupefatos" por não terem sido alertados antes sobre o grampo e "temem que a polícia esteja, de novo, tentando esconder suas próprias irregularidades neste caso". Pereira conta que, durante a investigação do assassinato, a família foi acusada "de ilegalidades, estupro, uso de droga, muita coisa grave".
Ele diz que, se a escuta for atestada, não descarta ir à Justiça. "É um abuso. A gente quando usa internet, telefone, espera que a conversa fique entre a pessoa [que fala] e a pessoa do outro lado. Se tem alguém mais, e com intenção de lucrar, não pode deixar barato."

FBI
O escândalo dos grampos do "NoW" chegou ontem aos EUA. O FBI (a polícia federal americana) confirmou que investiga a conduta das empresas de Rupert Murdoch no país e, em especial, a suspeita de que elas tenham monitorado ilegalmente as vítimas do 11 de Setembro. Procurada, a News Corporation, dona do "NoW", que foi extinto domingo passado, não comentou a investigação. Não está claro se a empresa foi formalmente notificada.


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