São Paulo, segunda-feira, 15 de agosto de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"EIXO DO MAL"

Gabinete é contrário a negociar projeto nuclear

Irã anuncia ministros linha-dura em mais um passo de confronto

DA REDAÇÃO

O novo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou ontem seu gabinete repleto de integrantes da linha dura do regime, medida vista como mais um passo no confronto com o Ocidente a respeito de seu programa nuclear.
Nenhum dos 21 ministros de Ahmadinejad é conhecido por apoiar reformas. Eles são seguidores do supremo líder do país, o conservador aiatolá Ali Khamenei, que tem a palavra final em todos os assuntos de Estado.
O Parlamento tem de aprovar o gabinete, mas, como a Casa é dominada pelos conservadores, espera-se que haja poucas mudanças, ou nenhuma.
O chanceler indicado é Manouchehr Mottaki, um advogado conservador que critica as negociações do Irã com os europeus acerca de seu programa nuclear, dizendo que o país tem de adotar posições mais duras e que não deve fazer nenhuma concessão.
Vários outros indicados são integrantes da Guarda Revolucionária -vanguarda da Revolução Islâmica de 1979- ou têm histórico de cooperação com ela ou com agências de segurança, desde sempre posicionados contrariamente a negociar os termos do programa nuclear.
Se o novo gabinete for aprovado, espera-se que o governo adote uma abordagem mais agressiva nas negociações com os europeus, que têm tentado persuadir os iranianos a abandonar seu programa de enriquecimento de urânio a fim de evitar sanções do Conselho de Segurança da ONU, como exigem os EUA. Para Washington, o Irã tem um plano secreto para construir um arsenal nuclear, coisa que Teerã nega.
A crise entre EUA e Irã piorou ontem. O governo iraniano acusou os americanos e os britânicos de incitarem distúrbios nas regiões de fronteira com o Iraque, onde vive uma numerosa comunidade árabe e curda.
"Dispomos de informações segundo as quais os EUA interferem no noroeste do Irã. Isso é inaceitável e protestaremos", disse o porta-voz da Chancelaria iraniana, Hamid Reza Assefi.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Teerã ajuda insurgentes, afirma "Time"
Próximo Texto: Londres: Polícia foi lenta no caso Jean, diz jornal
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.