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"EIXO DO MAL"
Gabinete é contrário a negociar projeto nuclear
Irã anuncia ministros linha-dura em mais um passo de confronto
DA REDAÇÃO
O novo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou
ontem seu gabinete repleto de integrantes da linha dura do regime,
medida vista como mais um passo no confronto com o Ocidente a
respeito de seu programa nuclear.
Nenhum dos 21 ministros de
Ahmadinejad é conhecido por
apoiar reformas. Eles são seguidores do supremo líder do país, o
conservador aiatolá Ali Khamenei, que tem a palavra final em todos os assuntos de Estado.
O Parlamento tem de aprovar o
gabinete, mas, como a Casa é dominada pelos conservadores, espera-se que haja poucas mudanças, ou nenhuma.
O chanceler indicado é Manouchehr Mottaki, um advogado
conservador que critica as negociações do Irã com os europeus
acerca de seu programa nuclear,
dizendo que o país tem de adotar
posições mais duras e que não deve fazer nenhuma concessão.
Vários outros indicados são integrantes da Guarda Revolucionária -vanguarda da Revolução
Islâmica de 1979- ou têm histórico de cooperação com ela ou
com agências de segurança, desde
sempre posicionados contrariamente a negociar os termos do
programa nuclear.
Se o novo gabinete for aprovado, espera-se que o governo adote
uma abordagem mais agressiva
nas negociações com os europeus, que têm tentado persuadir
os iranianos a abandonar seu programa de enriquecimento de urânio a fim de evitar sanções do
Conselho de Segurança da ONU,
como exigem os EUA. Para Washington, o Irã tem um plano secreto para construir um arsenal
nuclear, coisa que Teerã nega.
A crise entre EUA e Irã piorou
ontem. O governo iraniano acusou os americanos e os britânicos
de incitarem distúrbios nas regiões de fronteira com o Iraque,
onde vive uma numerosa comunidade árabe e curda.
"Dispomos de informações segundo as quais os EUA interferem
no noroeste do Irã. Isso é inaceitável e protestaremos", disse o porta-voz da Chancelaria iraniana,
Hamid Reza Assefi.
Com agências internacionais
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