DA REDAÇÃO

Insurgentes iraquianos estão contando com o apoio do Irã na obtenção de bombas para instalar em estradas do país a fim de atingir comboios militares norte-americanos, disse a revista americana "Time".
Em sua edição de ontem, a revista publicou uma reportagem em que afirma, citando documentos e fontes da inteligência militar dos EUA, que, nos últimos oito meses, uma rede de insurgentes comandada por um homem chamado Abu Mustafa al Sheibani tem usado bombas baseadas em artefato usado pelo Hizbollah, grupo extremista libanês apoiado pelo Irã. Segundo a "Time", as bombas são sofisticadas, e a couraça dos tanques não é suficiente para proteger seus ocupantes da explosão do artefato.
Esse fornecimento de tecnologia bélica, de acordo com a revista americana, pode ser parte de um plano do Irã para influenciar o Iraque, plano este que teria começado ainda antes da invasão dos EUA ao país de Saddam Hussein, em 2003.
Os americanos acreditam que o Irã tenha feito um pacto com militantes xiitas iraquianos e o Hizbollah para a importação dessas armas.
A reportagem da "Time" diz ainda que a revista conseguiu documentos da Guarda Revolucionária do Irã com os registros de pagamento substanciais, feitos em 2004, mostrando que os iranianos pagaram os salários de membros da Brigada Badr, um grupo armado xiita do Iraque. Mas o líder da brigada, Hadi al Amri, negou o pagamento.
Sobre a influência do Irã no Iraque, o embaixador norte-americano nos EUA, Zalmay Khalilzad, disse à rede de notícias ABC que, apesar de não se opor às "boas relações" entre os dois países, "há atividades iranianas que prejudicam o atual sistema; há armas e há pessoas que atravessam a fronteira do Irã em direção ao Iraque".