São Paulo, quarta-feira, 15 de setembro de 2004

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ORIENTE MÉDIO

Medida é parte do plano de retirada de colônias

Governo aprova compensação de até US$ 670 mi para colonos de Gaza

DA REDAÇÃO

O gabinete de segurança de Israel aprovou um orçamento de US$ 550 milhões -que pode ser elevado para US$ 670 milhões- para compensar os cerca de 8.000 colonos judeus que devem ser removidos da faixa de Gaza e de partes da Cisjordânia caso o plano do premiê Ariel Sharon seja levado adiante.
Cada uma das famílias de colonos deve receber um valor entre US$ 200 mil e US$ 500 mil, dependendo do tamanho de suas casas e do tempo em que está vivendo nos assentamentos.
O pagamento será adiantado para as famílias que aceitarem deixar espontaneamente as colônias. Todos os colonos serão realocados dentro do território israelense. O processo de remoção dos assentamentos -incluído os gastos com as indenizações- deve custar cerca de US$ 1 bilhão.
A decisão foi aprovada por 9 votos a 1 (um integrante do Partido Nacional Religioso votou contra) e é o primeiro passo concreto de Sharon para a retirada dos colonos da faixa de Gaza. O plano para a remoção dos assentamentos enfrenta forte oposição dos colonos e da direita israelense -inclusive dentro do partido do premiê.
Sharon, que conta com o apoio da maioria da população israelense, dos EUA e da ONU, considera inviável a manutenção dos assentamentos na faixa de Gaza -que foram defendidos por ele no passado-, onde os colonos vivem em meio a 1,3 milhão de palestinos, o que demanda um forte aparato de segurança.
A votação de ontem foi realizada um dia depois de o ministro das Finanças e principal rival de Sharon dentro do governo, Binyamin Netanyahu, ter defendido a convocação de um referendo. O premiê disse ao diário israelense "Haaretz" que é contra a votação -na qual, segundo pesquisas, seria favorito- pois ela atrasaria todo o processo, previsto para ser encerrado no fim de 2005.
Netanyahu afirmou ontem que a proposta de referendo não é uma tática para atrasar a remoção, mas para impedir um racha na população. Sobre as compensações, que são da alçada de seu ministério, Bibi disse que "se trata de uma soma razoável para uma família de quatro pessoas".
O ministro acrescentou que teme que, durante o processo legislativo no Knesset, a compensação seja elevada. Esse orçamento não estará incluído na meta de déficit do governo.


Com agências internacionais


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