DA REDAÇÃO

Além da tarja preta, antidepressivos vendidos nos EUA deverão trazer avisos na caixa que informem sobre os riscos de que possam incentivar comportamentos suicidas em crianças e adolescentes, conforme recomendação de consultores da FDA (órgão americano que regula alimentos e fármacos).
Os consultores alertaram que os riscos são pequenos e que, por isso, os pais precisam de informações sobre como balancear essa preocupação com a necessidade de tratamento da depressão.
Conforme a recomendação, antidepressivos prescritos a menores deverão trazer um panfleto de fácil leitura que explique como decidir se a droga é apropriada para a criança ou adolescente e que informe quais são os sinais de aviso de um possível suicídio.
Além disso, a FDA está considerando adotar a exigência de que os pais assinem um formulário em que afirmam saber dos riscos, antes que a criança receba a primeira pílula.
A FDA não tem obrigação de seguir as recomendações de seus consultores, mas costuma adotá-las. Segundo pesquisa do próprio órgão, para cada cem jovens que tomam antidepressivos, até 3 podem sofrer aumento de pensamentos ou comportamentos suicidas devido aos remédios.
"Isso tornará a prescrição mais difícil. Antecipo que haverá alarme de pais e de crianças", disse o psiquiatra Wayne Goodman, diretor do comitê consultivo. "Vale a pena a complicação, porque aumentará as exigências para a prescrição dessas drogas a crianças."