DE BUENOS AIRES

O ex-caudilho peronista de Santiago del Estero, Carlos Arturo Juárez, foi absolvido pela justiça federal argentina. Em prisão preventiva domiciliar desde abril, Juárez era investigado por suposta autoria intelectual de delitos de privação da liberdade, prática de tortura, incumprimento dos deveres de funcionário público e de chefiar uma associação ilícita pelo desaparecimento de cinco pessoas entre 1973 e 1976.
No entanto, o juiz federal Angel Toledo, amigo de Juárez, segundo o jornal "Clarín" só acatou a denúncia pela prisão ilegítima de um vereador em 1975 e, mesmo assim, o absolveu por "falta de mérito".
O ex-governador, de 86 anos, também foi acusado de montar uma rede de espionagem ilegal e de ser o co-autor intelectual do saque e destruição da casa de um deputado. Para confirmar a decisão da Justiça, Juárez terá que pagar uma fiança de 200 mil pesos (cerca de o mesmo valor em reais). O subsecretário de Direitos Humanos da Nação, Eduardo Duhalde, prometeu recorrer à Suprema Corte de Justiça.
Uma das províncias mais pobres da Argentina, Santiago del Estero, que fica no norte do país, está sob intervenção federal desde abril. A prisão do caudilho coincidiu com a segunda intervenção na Província. A primeira foi em 1993. O interventor federal Pablo Lanusse substituiu a governadora Mercedes "Nina" Aragones, mulher de Juárez. Havia suspeitas de que o casal estava planejando uma fuga para não se apresentar a Justiça.
(CLÁUDIA DIANNI)


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