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Irã e potências discutirão em outubro programa nuclear
Anúncio vem dias depois de Teerã entregar proposta de retomada de diálogo
Evolução nas conversações foi elogiada em conferência da AIEA; agência iraniana de notícia diz que a Turquia se dispôs a receber o encontro
DA REDAÇÃO
Um encontro de autoridades
do Irã com o P5+1 -membros
permanentes do Conselho de
Segurança da ONU mais a Alemanha- foi marcado para 1º de
outubro, informou ontem Javier Solana, chefe da diplomacia da União Europeia. O anúncio acontece menos de uma semana depois de Teerã ter entregado uma proposta às potências de retomada do diálogo
internacional sobre seu programa nuclear.
Solana, que é o encarregado
de mediar as conversas entre
Teerã e o P5+1, afirmou que
participarão da reunião representantes de cada um dos países do grupo (EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha). Do lado iraniano estará o negociador do país em
questões nucleares, Saeed Jalili. Segundo a agência de notícias iraniana Irna, a Turquia se
dispôs a receber o evento.
As declarações de Solana
ecoaram em Viena, na abertura
da conferência da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ligada à ONU. A conferência oficializou o japonês
Yukiya Amano como o próximo
diretor-geral do órgão. Amano
foi eleito em julho pelo conselho diretor da agência e vai tomar posse em dezembro.
"Espero sinceramente que
este seja um bom marco de diálogo com o Irã", afirmou o futuro diretor-geral da AIEA.
O representante dos EUA na
conferência também mostrou
entusiasmo. "Este é um primeiro passo importante", disse o
secretário de Energia dos EUA,
Steven Chu, durante a reunião
da AIEA. O governo americano
havia anunciado que as negociações ficariam abertas só até
o fim de setembro.
Menos otimista, Carl Bildt,
chanceler da Suécia, que detém
a presidência rotativa da União
Europeia, pediu comedimento
quanto às expectativas do encontro, já que há ainda muitas
divergências.
O encontro representa uma
retomada nas negociações entre as partes depois de um ano
de interrupção. A última rodada, ocorrida em julho de 2008
em Genebra, fracassou depois
da recusa do Irã em discutir o
enriquecimento de urânio.
A posição do país persa sobre
o assunto não mudou formalmente desde então. Mas os
EUA e seus aliados concordaram em realizar as conversações com Teerã, esperando que
espaços para discussões mais
amplas surjam depois.
O governo iraniano afirma
que seu programa nuclear busca a obtenção de energia para
fins civis, mas há suspeitas de
que ele vise produzir bombas.
Segundo os termos do Tratado de Não Proliferação Nuclear, do qual o Irã é signatário,
o país pode ter um programa
atômico civil, desde que em
cooperação com a AEIA.
O atual chefe da agência, o
egípcio Mohamed El Baradei,
disse que precisam ser esclarecidas "questões que lançam dúvidas sobre a natureza pacífica"
do programa nuclear iraniano.
Baradei cobrou ainda que o
Conselho de Segurança da
ONU dê mais respaldo às inspeções da agência para evitar a
disseminação de tecnologia da
bomba atômica, em vez de basear as ações em sanções, o que,
segundo ele, frequentemente
se mostra ineficaz.
Com agências internacionais
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