São Paulo, sábado, 15 de outubro de 2005

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Por segurança, Bagdá entra em "recesso"

DA REDAÇÃO

Diante da ameaça de ataques da insurgência sunita durante a realização do plebiscito de hoje, uma grande operação de segurança foi montada para tentar frear a violência nos pontos mais visados do território iraquiano.
Centenas de policiais e soldados do Exército do Iraque foram destacados para várias partes de Bagdá. Ontem, o trânsito diminuiu de maneira significativa na capital do país, com poucos pedestres nas ruas e muitas lojas e centros comerciais fechados. Hoje todos os carros sem permissão especial estarão proibidos de circular, e é esperado que a população compareça a pé a um dos 6.100 pontos de votação no país.
Tropas da coalizão liderada pelos EUA fecharam as fronteiras iraquianas -crê-se que muitos insurgentes venham de fora do país-, assim como o aeroporto internacional de Bagdá. Desde anteontem, foi decretado toque de recolher entre as 22h e as 6h da manhã do dia seguinte. Escritórios do governo e escolas também permanecerão sem atividade até a realização do plebiscito.
Anteontem, no chamado "Triângulo da Morte", tropas iraquianas fizeram buscas em carros, dentro de um grande esquema de segurança. Helicópteros norte-americanos sobrevoaram a área. O "Triângulo da Morte" está localizado ao sul de Bagdá e é conhecido pela grande ocorrência de seqüestros e assassinatos. É uma região predominantemente sunita.
"Nós esperamos que seja possível impedir que os terroristas matem a nossa felicidade amanhã", disse Imad Lefta, prefeito de Hilla, cidade ao sul de Bagdá, alvo de um atentado há dez dias, em que dez pessoas morreram em uma mesquita.
Em Duluiya, ao norte da capital iraquiana, insurgentes distribuíram folhetos e ameaçaram assassinar quem votasse a favor da aprovação da Constituição.
Nos últimos 19 dias, cerca de 450 pessoas morreram em atentados organizados pelos insurgentes, a maioria em ataques com carros-bomba.


Com agências internacionais

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