São Paulo, sábado, 15 de outubro de 2005

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RÚSSIA

Enfrentamentos duraram 2 dias

Cerco a tchetchenos acaba com 108 mortos

DA REDAÇÃO

Soldados e policiais russos vasculharam ontem a cidade de Nalchik, na república meridional de Kabardino-Balkária, procurando supostos terroristas islâmicos que lançaram uma série de ataques contra prédios públicos anteontem. A operação terminou com 108 mortos, segundo Moscou.
Autoridades locais e federais afirmaram que os enfrentamentos tinham terminado e que a situação estava sob controle um dia depois que ataques reivindicados por rebeldes tchetchenos provocaram o caos em Nalchik.
No entanto fontes oficiais que pediram anonimato admitiram que trabalhavam com a possibilidade de os militantes tchetchenos terem se misturado com a população para tentar voltar a atacar em breve.
O presidente Vladimir Putin declarou que a Rússia enfrentará qualquer ataque com "dureza e determinação", mas o sangrento episódio mostrou que a violência está se disseminando pelas outras repúblicas majoritariamente muçulmanas do sul da Rússia, situadas no norte do Cáucaso.
Enquanto autoridades anunciavam que a situação estava sob controle, ficou claro que os rebeldes mantinham pelo menos 18 pessoas presas em diferentes locais da cidade.
Ao menos uma loja e dois prédios públicos foram invadidos pelas forças russas ontem para libertar reféns. Pelo menos nove reféns foram libertados pelas forças de segurança.
"É terrível que bandidos do gênero ainda consigam realizar seus ataques em território russo. É uma grande tragédia que tenhamos de chorar a perda de membros das forças de segurança e de civis inocentes", declarou Putin.
O governador de Kabardino-Balkária, Arsen Kanokov, afirmou que tais ataques ocorrem porque as condições sociais na região são péssimas.
"Os baixos níveis de renda da população e o alto desemprego criaram condições para que extremistas religiosos e outras forças destruidoras conduzissem uma guerra ideológica contra nós", afirmou Kanokov.
Os ataques de anteontem ocorreram num momento em que o governo russo realiza uma vasta campanha na região para descreditar o extremismo islâmico, que, de acordo com Moscou, é sobretudo wahabista.


Com agência internacional

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