|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PROLIFERAÇÃO NUCLEAR
Embaixador americano na ONU, John Bolton, afirma que Teerã entregaria artefatos a terroristas
Irã busca a bomba há 18 anos, dizem EUA
DA REDAÇÃO
O embaixador americano na
ONU, John Bolton, afirmou ontem que o Irã desenvolve clandestinamente há 18 anos um programa para a produção de armas atômicas, e que elas poderiam também ser entregues a grupos terroristas islâmicos.
Bolton se encontrava em Londres para participar de uma conferência, e suas afirmações foram
feitas em entrevista à BBC. É a
mais comprometedora manifestação de um integrante do primeiro escalão da administração Bush
contra o regime iraniano.
Se a sua revelação for fundamentada, ela pode representar o
malogro da missão da AIEA
(Agência Internacional de Energia Atômica), recém-premiada
com o Nobel da Paz. Apesar de
conflitos e claras razões de desconfiança, ela monitora de perto o
programa nuclear iraniano.
A AIEA em nenhum momento
afirmou que as intenções militares do Irã eram tão antigas quanto
o embaixador ontem declarou.
Analistas acreditam que Bolton,
ao estimular novamente o temor
ao Irã e ao associá-lo ao terrorismo islâmico, possa estar procurando criar um clima que reforce
o papel e a liderança do presidente George W. Bush como guardião dos interesses americanos na
área da segurança.
Bush, conforme demonstraram
pesquisas publicadas anteontem,
está com uma taxa de aprovação
excepcionalmente baixa -pela
primeira vez inferior a 40%- e
tem uma maioria consistente da
opinião pública na oposição a sua
política para o Iraque.
O Irã forneceu pretextos para as
reações de Washington ao se tornar inflexível à mediação de França, Reino Unido e Alemanha para
o abandono do processo de enriquecimento de urânio.
A Casa Branca alertou o Irã sobre o risco de seu caso ser levado
ao Conselho de Segurança, onde
sanções econômicas poderiam tê-lo mantido ainda mais isolado da
comunidade internacional.
Bolton também disse ontem
que "o problema é saber se a comunidade internacional aceitará
que o Irã desobedeça os dispositivos do Tratado de Não-Proliferação". Disse ainda que aquele país
estava "determinado a transportar [ogivas nucleares] por meio de
mísseis balísticos que podem intimidar não apenas seus vizinhos
regionais". Foi nesse ponto que o
embaixador americano citou a
possibilidade de armas atômicas
serem entregues a grupos terroristas islâmicos.
Afirmou, por fim, que os EUA
não pretendem permanecer no
Iraque indefinidamente. Mesmo
assim, "não são as dificuldades
que encontramos no Iraque que
nos deixarão de impedir que o Irã
obtenha armas nucleares".
Com agências internacionais
Texto Anterior: Carta deve agravar tensão sectária, diz analista Próximo Texto: Rússia: Cerco a tchetchenos acaba com 108 mortos Índice
|