São Paulo, sábado, 15 de outubro de 2005

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MISSÃO NO CARIBE

Para Marco Aurélio Garcia, ação do Brasil respeita os direitos humanos e ajuda processo eleitoral

Para assessor de Lula, Haiti criou um "novo paradigma"

CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A SALAMANCA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defenderá hoje, em seu discurso na 15ª Cúpula Ibero-Americana, a Operação Haiti, iniciativa do próprio Brasil, mais Espanha, Chile e Argentina. É um dos mais polêmicos pontos da política externa brasileira.
Para Marco Aurélio Garcia, assessor internacional de Lula, no entanto, não há por que polêmica, pois a intervenção no Haiti estaria criando "um novo paradigma de tratamento desse tipo de questão" (pacificação e normalização institucional de um país conflagrado).
Garcia tem dificuldades, no entanto, em explicar no que consiste exatamente o "novo paradigma", na medida em que o envio de tropas de paz, acompanhadas de esforços pela reconstrução física e institucional de um país, tem sido uma constante. O que difere, sim, são os resultados.
É neles que se agarra o assessor de Lula para estabelecer a diferença: "Foi uma intervenção respeitosa aos direitos humanos e com número mínimo de baixas", diz.
É óbvio que a comparação vale para, por exemplo, as ações lideradas pelos EUA no Afeganistão, primeiro, e no Iraque, depois, que produziram baixas em grandes quantidades e não respeitaram os direitos humanos.
Marco Aurélio vê um outro ângulo que justificaria a intervenção no Haiti: "Tenho testemunhos diretos que dizem que, sem a força de paz, dificilmente eles teriam a possibilidade de participar no processo eleitoral" (o processo eleitoral haitiano foi adiado nesta semana pela quarta vez, mas a eleição continua marcada).


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