São Paulo, sexta-feira, 15 de novembro de 2002

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EUA

Após "fita de Bin Laden", oposição critica guerra ao terror

Bush e Congresso fazem acordo para investigar 11 de setembro

DA REDAÇÃO

A Casa Branca declarou ontem que chegou a um acordo com líderes do Congresso para criar uma comissão independente e bipartidária para investigar os ataques do 11 de setembro nos EUA.
"Chegamos a um acordo sobre as questões que faltavam e acreditamos que estamos perto de aprovar uma forte comissão bipartidária que investigará uma ampla variedade de questões", disse o porta-voz da Casa Branca Scott McClellan à agência Reuters.
A comissão de dez membros seria liderada por um presidente nomeado por Bush e um vice-presidente democrata.
Mais cedo, o líder do Partido Democrata no Senado, Tom Daschle, dissera que o fracasso dos EUA em capturar Osama Bin Laden levantava dúvidas "sobre se estamos ganhando ou não a guerra ao terrorismo".
Suas críticas ao governo do republicano George W. Bush foram feitas no dia em que especialistas dos serviços de inteligência americanos disseram estar quase certos de que a fita divulgada nesta semana pela TV árabe Al Jazeera foi gravada pelo terrorista.
"Os indícios não nos permitem ter 100% de certeza, mas tendemos acreditar que é ele", disse uma autoridade americana que trabalha na análise da voz contida na fita. Se confirmado que o áudio foi mesmo gravado por Bin Laden, seria a prova mais concreta de que ele continua vivo. O líder da rede terrorista Al Qaeda teria sido visto pela última vez em dezembro do ano passado, em Tora Bora, no leste do Afeganistão.
"Não conseguimos achar Bin Laden. Não fizemos avanços reais nas buscas por elementos da Al Qaeda", disse Daschle. "Eles são hoje uma ameaça tão grande quanto há um ano e meio. De que forma, então, podemos dizer que obtivemos sucesso até agora?"
Bush disse nesta semana que as declarações atribuídas a Bin Laden -elogiando atentados como o de Bali e ameaçando países aliados dos EUA- deixam "o mundo em alerta". Mas afirmou que os esforços antiterror em todo o mundo têm surtido efeitos.
"Parece que ele [Bin Laden] consegue ir aonde quiser", disparou Daschle, observando que as autoridades precisam melhorar seus esforços na caça ao terrorista.


Com agências internacionais


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