DO "NEW YORK TIMES"

Uma investigação do FBI (polícia federal dos EUA) ainda em andamento já concluiu que 14 dos 17 civis iraquianos mortos por agentes de uma companhia privada de segurança, em um incidente em Bagdá ocorrido em 16 de setembro, o foram sem justificativa. Na ocasião, agentes da empresa americana Blackwater que escoltavam um comboio de diplomatas envolveram-se num tiroteio.
A investigação do FBI contradiz a defesa da empresa, que alega que as mortes foram conseqüência de um ataque prévio, ao qual os seguranças da Blackwater apenas revidaram.
A atuação das companhias de segurança no Iraque se dá num limbo legal, que não permite que abusos de violência como foi supostamente esse caso sejam punidos. Esse mesmo limbo preocupa os procuradores americanos, que, embora ainda não tenham denunciado ninguém à Justiça, receiam que não haverá base legal para acusar criminalmente os homens da Blackwater.
Nessa perspectiva, esse pode ser o primeiro caso problemático para o recém-empossado secretário da Justiça dos EUA, Michael Mukasey. Em meio a uma grita no Congresso -onde a oposição democrata é maioria- sobre a incapacidade do governo de atribuir aos agentes de segurança privados as responsabilidades por seus atos, Mukasey pode ter de rejeitar o processo contra a Blackwater por falta de base legal.
A Blackwater se recusa a comentar o caso enquanto não acabarem as investigações.


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