São Paulo, quinta-feira, 15 de novembro de 2007

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Jovens entregam opositor paquistanês

Ex-astro do críquete foi capturado por estudantes e entregue à polícia quando protestava em campus

DA REDAÇÃO

Jovens renderam ontem o oposicionista paquistanês Imran Khan, líder do pequeno partido Movimento por Justiça, e o entregaram à polícia, durante protesto no campus da Universidade de Punjab, em Lahore. Ex-astro de críquete -esporte mais popular do país-, Khan estava foragido havia mais de uma semana, quando escapou da prisão domiciliar imposta após o estado de emergência, que já resultou em mais de 2.500 detenções desde que entrou em vigor, no último dia 3.
Aclamado ao chegar à manifestação, Khan foi logo cercado por um grupo de jovens, que abriu caminho entre as cerca de 200 pessoas presentes ao protesto e capturou o ex-esportista. Segundo a polícia, tratava-se de estudantes ligados ao partido radical Jamaat-e-Islami. O grupo, ultraconservador, se opõe a Musharraf, mas teria se irritado com a presença do moderado Khan no protesto.
O Jamaat-e-Islami nega envolvimento no ato, que classifica como "uma conspiração contra a unidade dos partidos de oposição" em seu site. Figura conhecida na noite londrina, onde costumava ser visto entre beldades ocidentais, Khan foi casado com a socialite inglesa Jemima Goldsmith e tem dificuldades em convencer extremistas da sinceridade de seu apego religioso.

Adeus às armas
Para combater o regime, porém, opositores históricos parecem dispostos a ignorar antagonismos e religião. Nawaz Sharif, ex-premiê exilado que lidera o terceiro maior partido do país, afirmou ontem que sua legenda, islâmica moderada, está pronta para "pôr de lados as divergências com o PPP", agremiação laica liderada por Benazir Bhutto.
Sob forte pressão interna e externa, o ditador Pervez Musharraf disse ontem que pretende deixar o comando militar do país até o final deste mês, a tempo de iniciar o novo mandato como civil. A Constituição -suspensa pelo estado de emergência- proíbe aos militares o exercício de cargos públicos. Musharraf não falou, contudo, em prazos para a suspensão da emergência.
Evitar que uma Suprema Corte presidida por seu desafeto Iftikhar Chaudhry julgue a legalidade de sua reeleição foi um dos motivos apontados pelo general para a medida.


Com agências internacionais


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