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Jovens entregam opositor paquistanês
Ex-astro do críquete foi capturado por estudantes e entregue à polícia quando protestava em campus
DA REDAÇÃO
Jovens renderam ontem o
oposicionista paquistanês Imran Khan, líder do pequeno
partido Movimento por Justiça, e o entregaram à polícia, durante protesto no campus da
Universidade de Punjab, em
Lahore. Ex-astro de críquete
-esporte mais popular do
país-, Khan estava foragido
havia mais de uma semana,
quando escapou da prisão domiciliar imposta após o estado
de emergência, que já resultou
em mais de 2.500 detenções
desde que entrou em vigor, no
último dia 3.
Aclamado ao chegar à manifestação, Khan foi logo cercado
por um grupo de jovens, que
abriu caminho entre as cerca de
200 pessoas presentes ao protesto e capturou o ex-esportista. Segundo a polícia, tratava-se
de estudantes ligados ao partido radical Jamaat-e-Islami. O
grupo, ultraconservador, se
opõe a Musharraf, mas teria se
irritado com a presença do moderado Khan no protesto.
O Jamaat-e-Islami nega envolvimento no ato, que classifica como "uma conspiração
contra a unidade dos partidos
de oposição" em seu site. Figura conhecida na noite londrina,
onde costumava ser visto entre
beldades ocidentais, Khan foi
casado com a socialite inglesa
Jemima Goldsmith e tem dificuldades em convencer extremistas da sinceridade de seu
apego religioso.
Adeus às armas
Para combater o regime, porém, opositores históricos parecem dispostos a ignorar antagonismos e religião. Nawaz
Sharif, ex-premiê exilado que
lidera o terceiro maior partido
do país, afirmou ontem que sua
legenda, islâmica moderada,
está pronta para "pôr de lados
as divergências com o PPP",
agremiação laica liderada por
Benazir Bhutto.
Sob forte pressão interna e
externa, o ditador Pervez Musharraf disse ontem que pretende deixar o comando militar do
país até o final deste mês, a
tempo de iniciar o novo mandato como civil. A Constituição
-suspensa pelo estado de
emergência- proíbe aos militares o exercício de cargos públicos. Musharraf não falou,
contudo, em prazos para a suspensão da emergência.
Evitar que uma Suprema
Corte presidida por seu desafeto Iftikhar Chaudhry julgue a
legalidade de sua reeleição foi
um dos motivos apontados pelo general para a medida.
Com agências internacionais
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